
Uma operação conjunta das polícias do Rio de Janeiro e do Ceará revelou que uma mansão de luxo na região de Dioneia, na Rocinha, era usada como esconderijo por criminosos cearenses ligados ao Comando Vermelho. O imóvel contava com duas piscinas aquecidas, cascata, área gourmet abastecida com carnes e bebidas, além de ser protegido por homens armados com cerca de 70 fuzis, conforme informou o Ministério Público.
Na chegada dos agentes, foram encontrados indícios de uma festa recente, com carnes, bebidas e gelo espalhados pelo espaço. A mansão, que também possuía espreguiçadeiras, mesa de sinuca e refrigeradores, seria do traficante Anastácio Paiva Pereira, conhecido como Doze ou Paizão, um dos chefes da facção que controla o tráfico na cidade de Santa Quitéria, no Ceará.

Além da área de lazer, o imóvel contava com uma academia equipada com aparelhos novos e um deck panorâmico, sendo utilizado como ponto de descanso e recreação para criminosos cearenses. Segundo as investigações, eles estavam no Rio de Janeiro há cerca de dois anos, comandando o tráfico em Fortaleza e ordenando execuções à distância.
A operação, deflagrada pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Rio (CSI/MPRJ), mobilizou cerca de 80 agentes com o objetivo de cumprir 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão. O Comando de Operações Especiais (COE), que reúne o BOPE, o Batalhão de Choque e o Primeiro Comando de Policiamento de Área, reforçou a ação.

Durante a movimentação, aproximadamente 400 criminosos fugiram para a mata da Rocinha. O BOPE informou que segue monitorando a área. Um policial militar foi baleado no pescoço e levado ao Hospital Miguel Couto, onde permanece fora de perigo, segundo as autoridades.
Foram apreendidos quatro fuzis, duas pistolas, um revólver, um fuzil de airsoft, munição e cerca de 204 kg de drogas, que estavam escondidas em um terreno próximo. Um homem com mandado de prisão em aberto foi preso.