A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel Mauro Cid, no inquérito que apura a venda ilegal no exterior de presentes de luxo oficiais pela gestão de Jair Bolsonaro (PL). O advogado do militar, Cezar Bitencourt, comentou a decisão, em entrevista ao jornalista Luís Nassif, no programa TVGGN 20H, exibido na noite de ontem (5), no Youtube. [Assista a íntegra abaixo]

Questionado sobre a situação jurídica de Cid, Bitencourt afirmou que “é muito tranquilo”. “Nós fizemos o trabalho, ele está cumprindo as condições há mais de um ano, prestamos todos os depoimentos. A investigação está encerrada, mas agora depende do ministro Alexandre de Moraes [do Supremo Tribunal Federal], porque é ele quem comanda essa investigação, que agora vai para o Ministério Público Federal”, afirmou.

Mauro Cid, que atualmente está em liberdade provisória, foi preso pela primeira vez em maio de 2023, em uma operação que apura a falsificação de cartões de vacinação de Bolsonaro, parentes e aliados. Em setembro passado, Cid fechou um acordo de colaboração premiada com a PF, homologado por Moraes, e deixou a prisão. Contudo, em março deste ano, ele foi preso pela segunda vez preventivamente por descumprir medidas cautelares e por obstrução da Justiça, mas em maio foi solto novamente.

A delação do ex-ajudante de ordens contribuiu com os inquéritos da fraude dos cartões de vacinação, da tentativa de golpe de Estado e também no caso das joias. Neste último, a PF também indiciou Bolsonaro e outras 10 pessoas por crimes como peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

O relatório final com essas conclusões já foi enviado a Moraes, que encaminhará o caso à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se apresentará uma denúncia formal contra os envolvidos, se pedirá novas diligências ou arquivará o caso. Só após isso – e se a Justiça aceitar a denúncia – é que Cid, Bolsonaro e os demais indiciados se tornarão réus.

Assista a entrevista com Cezar Bitencourt, a partir dos 48 minutos e 15 segundos:

Relembre o caso das joias

As investigações sobre o escândalo das joias apontam que Bolsonaro, enquanto chefe do Executivo, recebeu itens de luxo do governo da Arábia Saudita que não foram declarados patrimônio do Estado, como determina a legislação.

Além disso, os presentes milionários foram negociados nos Estados Unidos. Contudo, após o caso vir à tona pela imprensa, aliados do ex-presidente passaram a atuar para recomprar esses itens e devolvê-los ao governo brasileiro.

Assista a entrevista com Cezar Bitencourt, a partir dos 48 minutos e 15 segundos:

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Última Atualização: 06/07/2024