Estudo publicado na revista The Lancet Public Health revela que o Bolsa Família evitou mais de 700 mil mortes e 8 milhões de internações entre 2004 e 2019, especialmente entre crianças pequenas e idosos. A pesquisa foi liderada pelo Instituto de Saúde Coletiva da UFBA.
A pesquisa analisou dados de 3.671 municípios e mostrou que o impacto é maior onde há maior cobertura do programa e valores mais altos de benefício — nesses locais, a mortalidade infantil caiu 33% e as internações de idosos foram reduzidas pela metade.
Os pesquisadores projetam que, com a expansão até 2030, o programa pode evitar mais 683 mil mortes. Hoje, o Bolsa Família atende mais de 55 milhões de brasileiros, com benefício médio de R$ 667,49.
Para os autores, Rômulo Paes de Sousa, do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE-Fiocruz), Daniella Cavalcanti, da Universidade Federal da Bahia, e Davide Rasella, da Universidade de Barcelona, o programa mostra que políticas sociais bem estruturadas salvam vidas e são fundamentais diante de crises como as enfrentadas pelo país.
“Nosso estudo mostra que políticas de transferência de renda bem estruturadas podem salvar vidas. O Bolsa Família não apenas combate a pobreza, tendo também efeitos diretos na saúde da população brasileira”, afirmou Daniella Cavalcanti.
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