A mais nova edição da revista Focus Brasil, editada pela Fundação Perseu Abramo, destaca o movimento golpista do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Perpetuando uma escala de ações golpistas que tiveram início no governo do pai, Eduardo é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentar incitar autoridades estrangeiras a aplicarem sanções contra instituições e autoridades brasileiras. Ele abandonou o mandato para se evadir aos Estados Unidos, onde está se dedicando a atividades antidemocráticas, de acordo com as diligências conduzidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
A matéria de capa da revista destaca que o deputado participou de diversos eventos internacionais de articulação da extrema-direita. “Eduardo Bolsonaro participou de mais de 125 reuniões com lideranças da extrema-direita nas Américas, incluindo figuras como Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump. Essas articulações tinham como objetivo contestar o resultado das eleições brasileiras de 2022 e promover narrativas de fraude eleitoral”, destaca um trecho da reportagem.
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A matéria destaca que em maio de 2023, Eduardo Bolsonaro foi multado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), junto a outros parlamentares, por divulgar um vídeo descontextualizado que associava o slogan “Faz o L” a incentivos ao uso de drogas e à criminalidade. A propaganda buscava prejudicar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.
Em terras estrangeiras, o deputado está sendo bancado pelo pai, que também está na mira da Justiça por tentativa de golpe de Estado. O apoio financeiro de Jair Bolsonaro ao filho veio à tona após o ex-presidente declarar publicamente que arcaria com os custos da estadia de Eduardo nos Estados Unidos, após sua licença do mandato sob alegação de perseguição política. Bolsonaro afirmou ainda ter recebido ofertas de doações de apoiadores para ajudar na manutenção do filho no exterior.
Pode do capital
A Focus também tráz uma entrevista com o ex-diretor do Fundo Monetário Internacional e dos BRICS, Paulo Nogueira Batista Jr. Ele critica a atuação do governo na diplomacia multilateral e defende uma política externa com mais soberania e poder de barganha para o Brasil.
Ele falou sobre a ditadura do mercado financeiro, em que agentes com alto poder aquisitivo concentram força políticas descomunal. “Olha, essa expressão ‘ditadura do mercado financeiro’ é muito verdadeira. Você tem hoje no mundo um número pequeno de agentes financeiros, grandes fundos, grandes bancos, que possuem um poder desproporcional e conseguem intimidar os governos, até mesmo os governos mais poderosos”, ressaltou.
Ele elogiou a visita do presidente Lula à China e os acordos fechados no país asiático. “A visita foi boa, foi muito importante que o presidente brasileiro tenha ido à Rússia e depois à China, marcando uma posição importante para o Brasil no cenário internacional. Basta dizer o seguinte: a China é a maior economia do mundo. Já é, há algum tempo, substancialmente maior que a economia americana em termos de paridade de poder de compra, que é o critério mais defensivo de comparação dos PIBs há muito tempo já, e agora a margem cresceu muito. Então, a maior economia do mundo, é o país com o maior comércio exterior no mundo. Portanto, o Brasil faz bem em se relacionar de maneira mais intensa com esse país”, completou.
Da Redação