Alvo da Polícia Federal nesta sexta-feira 30, o prefeito de Palmas (TO), Eduardo Siqueira Campos (Podemos), é suspeito de vazar informações sigilosas sobre processos do Superior Tribunal de Justiça.

Diálogos interceptados pela PF mostram o político afirmando a intercolutores que conhecia detalhes sobre o andamento de um processo na Corte, além de dizer ter uma fonte no tribunal que repassava as informações. “Aqui vão dançar dois juízes e pelo menos três advogados”, relatou Siqueira a um dos alvos da investigação, segundo registro da TV Globo.

A operação desta sexta foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal. Os investigadores pediram a prisão e o afastamento do prefeito, mas o magistrado negou a solicitação. Ao cumprirem os mandados de busca em endereços ligados a ele, os agentes da PF  apreenderam seu passaporte. Em coletiva de imprensa, o governador rechaçou as suspeitas.

Eduardo Siqueira Campos tem 66 anos e se formou em Pedagogia pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília, em 1985. Iniciou sua carreira política em 1988, quando se elegeu deputado federal pelo Partido Democrata Cristão. Foi reeleito em 1990 e, dois anos depois, assumiu o comando da capital tocantinense pela primeira vez.

Ficou à frente da prefeitura de Palmas até 1999, quando concorreu ao Senado. Buscou a reeleição na Casa Alta em 2006 pelo PSDB, mas foi derrotado pela então candidata do PFL Katia Abreu. Depois, assumiu a presidência das afiliadas da Record no Tocantins.

Siqueira foi secretário estadual de Planejamento e de Relações Institucionais sob a gestão do seu pai, José Wilson Siqueira Campos. Renunciou para concorrer às eleições de 2014, quando se tornou deputado estadual pelo PTB. Em 2018, reelegeu-se com quase 18 mil votos. Deixou o partido de Roberto Jefferson em 2023 e migrou para o Podemos de olho nas eleições municipais.

No ano passado, venceu a disputa pela prefeitura de Palmas com 53% dos votos válidos no segundo turno contra Janad Valcari (PL).

O político já foi alvo da PF em outras ocasiões. Em 2016, chegou a ser levado a depor coercitivamente na Operação Acrônimo após ser citado em uma delação premiada. À época, o empresário Benedito Oliveira afirmou aos investigadores ter pago propina a Siqueira Campos em 2012, quando o pai dele era governador, em troca de vantagens em contratos no Detran.

Um ano depois, esteve na mira da Operação Ápia, contra um suposto esquema de corrupção na Agência de Máquinas e Transportes.

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Last Update: 30/05/2025