Mais da metade dos eleitores da cidade de São Paulo, cerca de 56%, admitiu que mudaria o voto para prefeito se o candidato fosse apoiado por um político rejeitado por eles, de acordo com uma pesquisa. No total, 37% afirmaram que mudariam o voto com certeza e 19% disseram que talvez mudassem. Já 41% dos entrevistados garantiram que não mudariam o voto, enquanto 2% não souberam responder.
A pesquisa foi realizada com 1.092 entrevistas em toda a cidade de São Paulo, entre terça (2) e quinta (4). A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.
O Datafolha mediu a influência de quatro padrinhos políticos nas eleições para prefeito em São Paulo: o presidente Luís Inácio Lula da Silva, o ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador Tarcísio de Freitas e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Entre esses, Bolsonaro é o que mais afasta eleitores – 65% disseram que não votariam de jeito nenhum em um candidato apoiado por ele. Esse índice aumentou em relação aos 61% registrados no fim de maio. Por outro lado, 16% dos eleitores afirmaram que o apoio de Bolsonaro os levaria a escolher com certeza o seu indicado, enquanto outros 16% considerariam essa possibilidade.
O Datafolha revelou que 40% dos eleitores ainda não sabem qual candidatura Bolsonaro apoiará em São Paulo. Outros 27% responderam corretamente que o ex-presidente endossará a reeleição do prefeito Ricardo Nunes. Além disso, 11% mencionaram erroneamente Pablo Marçal como candidato de Bolsonaro.
A entrada de Marçal na disputa pressionou Nunes a amarrar sua pré-candidatura a Bolsonaro, aceitando como vice o ex-Rota Ricardo Mello Araújo, indicado pelo Partido Liberal. O atual prefeito planejava contar com o apoio do ex-presidente sem associar fortemente sua imagem ao bolsonarismo para evitar herdar sua rejeição, mas o surgimento de Marçal como concorrente mudou essa estratégia.
O apoio do governador Tarcísio de Freitas levaria 17% dos eleitores a votar com certeza em um candidato endossado por ele, enquanto 30% considerariam essa possibilidade. No entanto, 48% dos eleitores não votariam de jeito nenhum em um candidato apoiado por Tarcísio. O governador manifestou publicamente que Nunes é seu favorito, elogiando-o e destacando a sinergia entre as gestões estadual e municipal. A pesquisa indica que 36% dos eleitores sabem que Tarcísio apoiará Nunes, enquanto 35% ainda não sabem.
Já o apoio de Lula, padrinho político de Guilherme Boulos, levaria 23% dos eleitores a votar com certeza em um candidato endossado por ele, e outros 28% considerariam essa possibilidade. Por outro lado, 45% dos entrevistados rejeitariam um candidato apoiado por Lula. Quase metade dos eleitores (48%) sabe que o presidente apoia a pré-candidatura de Boulos.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, que apoia a deputada federal Tabata Amaral, teria 15% dos eleitores votando com certeza em um candidato endossado por ele e 34% considerando essa possibilidade. No entanto, 47% não votariam de jeito nenhum em alguém apoiado por Alckmin. Apenas 7% dos eleitores sabem que Alckmin apoia Tabata, enquanto 24% acreditam erroneamente que ele apoia Boulos e 13% que ele apoia Nunes. Outros 39% não souberam responder.