Transcrições de áudios divulgadas pelo G1 revelam o momento em que a tripulação da aeronave de pequeno porte, que partiu de Goiás com destino ao Aeroporto Campo de Marte, em São Paulo, identificou um problema no trem de pouso. O voo precisou ser desviado para o Aeroporto de Jundiaí, no interior paulista.
Em um dos trechos, a piloto questiona: “A torre conseguiu verificar [o trem de pouso]?”. O operador da torre responde: “A gente não conseguiu ver com clareza, de noite, assim, ter a verificação. No seu equipamento está constando alguma coisa aí?”. A piloto então alerta: “A luz acendeu aqui, mas ele não deu a transmissão baixando. Verifiquem, por favor, nosso trem de pouso?”.
Diante da dificuldade de confirmação, a torre recorreu a um helicóptero que havia acabado de pousar no Campo de Marte.
“O senhor consegue observar aí do helicóptero o trem de pouso?”, pergunta a torre. A resposta, porém, foi pouco conclusiva: “Olha, é bem difícil de ver”.
A profissional da aviação, ciente da situação, decide alterar a rota e pousar em Jundiaí. Ela é avisada de que lá, naquele momento, os pousos estavam sendo trabalhados apenas com operador via rádio. “Ciente”, diz a piloto, mantendo a decisão.
Antes de seguir para o pouso, o heliponto questiona: “Confirma a quantidade de pessoas a bordo e o combustível remanescente?”. Ao que a piloto confirma haver cinco pessoas a bordo, além de piloto e copiloto, e que eles possuíam três horas e trinta minutos de combustível restantes.
Para garantir a segurança, foram utilizados lanternas e faróis de busca na tentativa de visualizar a posição do trem de pouso, mas a percepção da torre era baixa.
Outro tripulante, de uma aeronave que auxiliava na comunicação, pergunta: “Vai fazer um procedimento de emergência?”. A piloto esclarece: “A gente vai fazer um procedimento de checklist”.
Com a decisão tomada, a aeronave seguiu para o Aeroporto Estadual Comandante Rolim Adolfo Amaro, em Jundiaí, onde equipes de emergência, incluindo o Corpo de Bombeiros e o helicóptero Águia da Polícia Militar, foram mobilizadas.
De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), o pouso ocorreu normalmente. O trem de pouco pôde ser acionado. A operação seguiu todos os protocolos de segurança e não houve feridos.