
Uma audiência pública na Câmara Municipal de São Paulo que debatia a regulamentação do mototáxi na capital paulista foi interrompida nesta quinta-feira (29) por uma confusão entre o vereador Lucas Pavanato (PL) e Gilberto Almeida dos Santos, presidente do Sindicato dos Mensageiros Motociclistas (Sindmoto-SP). O incidente ocorreu após o bolsonarista chamar o sindicalista de “pelego do Ricardo Nunes”, levando Gilberto a avançar contra o parlamentar e agarrá-lo pelo colarinho.
A discussão começou quando o representante dos motociclistas, aliado do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que é contra a liberação do mototáxi, foi vaiado por motociclistas presentes na audiência. Ao pegar o microfone, Pavanato criticou o sindicalista, chamando-o de “pelego”. Irritado, Gilberto atravessou o plenário, subiu à tribuna e segurou o vereador pelo colarinho, sendo contido pela Guarda Civil Metropolitana (GCM).
Pavanato e amigo de Nunes saem na mão dentro da Câmara de SP.
A direita é isso aí pic.twitter.com/l08o6Jnzbm
— Abel Ferreira Comunista! (@AugustodeS62143) May 29, 2025
“Esse sindicalista apoiador do prefeito me agrediu em Plenário. Todo mundo viu. Não se pode agredir uma pessoa, principalmente dentro de um plenário, que deveria ser um ambiente de debates”, disse o vereador conhecido como “forjado na guerra” ao Uol, afirmando que registrará um boletim de ocorrência. O vereador ficou com escoriações leves, e ambos foram levados à delegacia.
A audiência faz parte de um debate sobre a regulamentação do mototáxi em São Paulo. No início do ano, aplicativos tentaram oferecer o serviço, mas foram barrados pela Justiça. Enquanto o prefeito Nunes se opõe à liberação, parte da Câmara defende regras para a atividade.
O presidente da Casa, Ricardo Teixeira (União), já declarou ser favorável à regulamentação, mas alertou para o aumento de acidentes em cidades que adotaram o serviço: “Todas as cidades que começaram [a ter mototáxi] na grande São Paulo estão com números de acidentes com motociclistas até 50% maiores.”
Em nota, a Câmara afirmou que “concorda com a democracia, não com violência” e marcou uma nova audiência para a próxima semana.
