Uma pesquisa encomendada pela Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA) revelou dados alarmantes: 82% dos judeus-israelenses apoiam a limpeza étnica na Faixa de Gaza. O levantamento mostra ainda que 56% defendem a expulsão dos palestinos com cidadania israelense, os chamados árabes-israelenses, e 47% concordam com a matança de palestinos em áreas consideradas “conquistadas” por Israel.

Os dados foram divulgados nas redes sociais pela Federação Árabe-Palestina do Brasil (Fepal) e analisados em artigo do sociólogo israelense Tamir Sorek, publicado no jornal Haaretz.

Sorek aponta que a retórica antes restrita a setores ultrafundamentalistas e religiosos agora se espalha pelo público laico. “69% dos judeus secularistas apoiam a expulsão forçada dos moradores de Gaza, e 31% defendem que o extermínio dos moradores de Jericó sirva de modelo às Forças de Defesa de Israel (FDI)”, afirma o pesquisador.

A pesquisa também cita o “precedente de Jericó”, que refere-se a uma passagem bíblica: a conquista da cidade de Jericó pelos israelitas sob a liderança de Josué, marcada pelo extermínio de todos os seus habitantes. Ao serem questionados se as Forças de Defesa de Israel (FDI, na sigla em inglês) deveriam agir da mesma forma em cidades palestinas, quase metade (47%) dos entrevistados respondeu que sim.

Outro dado preocupante indica que 65% dos entrevistados acreditam existir, hoje, uma encarnação contemporânea de Amaleque, povo bíblico considerado inimigo eterno dos israelitas. Destes, 93% acreditam que o mandamento religioso de “apagar a memória de Amaleque” se aplica ao contexto atual, ou seja, aos palestinos.

Para Sorek, esse tipo de associação entre narrativa religiosa e política de extermínio reflete um crescimento do messianismo supremacista dentro da sociedade israelense. E o mais grave: sem resistência efetiva por parte de movimentos seculares organizados, que, segundo ele, falharam em apresentar uma alternativa política baseada nos direitos humanos.

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Last Update: 29/05/2025