Mais de 100 personalidades brasileiras — entre artistas, parlamentares e dirigentes sindicais — assinaram uma carta aberta ao presidente Lula exigindo que o Brasil rompa relações diplomáticas e comerciais com o regime sionista de “Israel”. O documento, subscrito por nomes como Chico Buarque e Breno Altman, além de parlamentares do PT e organizações como o Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal) e o Partido da Causa Operária (PCO), afirma que “o Brasil segue exportando petróleo e negociando compra e venda de equipamentos militares com o Estado israelense”, apesar do genocídio cometido contra o povo palestino.
O apelo é oportuno, mas deve ser entendido não apenas como uma exigência humanitária, e sim como uma medida essencial à defesa da soberania nacional. Romper com “Israel” é uma necessidade objetiva de defesa do Brasil contra a ingerência do imperialismo. O regime sionista é parte fundamental da política do imperialismo no mundo inteiro, e opera diretamente dentro do território brasileiro por meio de suas empresas, acordos militares, programas de segurança e, sobretudo, dos serviços de inteligência.
Em nome dessa aliança, cidadãos brasileiros já foram condenados a longas penas de prisão a partir da ação do Mossad dentro da Polícia Federal e do Judiciário. A espionagem estrangeira tornou-se corriqueira, a censura política generalizada, e o arbítrio contra militantes da causa palestina e opositores do regime sionista vem sendo promovido com a anuência das autoridades nacionais. O assassinato de um cidadão brasileiro em uma prisão israelense e a recusa sistemática de entrega de seu corpo ao Brasil escancaram o grau de subserviência a que chegou a diplomacia brasileira.
Aceitar relações com “Israel” hoje é permitir que um braço do imperialismo opere dentro do Brasil, reprimindo brasileiros e atacando a liberdade política da população. É por esse motivo que a campanha pelo rompimento de relações com “Israel” deve ser assumida como uma campanha em defesa do Brasil. É o que se espera de um governo comprometido com a soberania nacional.
O governo Lula não pode manter laços com um regime genocida, que assassina dezenas de milhares de crianças em Gaza e, ao mesmo tempo, persegue militantes no Brasil. Essa política é desastrosa não só para Lula, como para toda a esquerda e para os trabalhadores, que serão as primeiras vítimas quando o regime se fechar ainda mais contra os direitos democráticos da população.
O Brasil precisa dar um basta. É preciso romper relações com “Israel” imediatamente, não apenas em nome da solidariedade ao povo palestino e contra o genocídio perpetrado pela entidade sionista, mas em nome da defesa do povo brasileiro.