Em publicação no X no último domingo (25), a ministra das Relações Exteriores da Letônia Baiba Braze pediu aos países da União Europeia que suspendam a emissão de vistos Schengen (que permite estadias de até 90 dias em países europeus sem necessidade de visto individual) para cidadãos russos, alegando riscos à segurança interna do bloco. A solicitação ocorre após um aumento de 25% na emissão de vistos para russos em 2024, totalizando mais de 500 mil, segundo o Schengen Barometer. Itália lidera como principal destino, atraindo a maioria dos turistas russos na área Schengen, apesar das sanções impostas desde 2022.
Braze reforça a posição do ministro do Interior letão Rihards Kozlovskis, que em março de 2025 declarou que proibir vistos a russos é um “dever moral” da União Europeia, acusando Moscou de conduzir uma “guerra híbrida”. Desde a escalada do conflito na Ucrânia, Letônia, Estônia, Lituânia, Polônia, Finlândia e República Tcheca baniram vistos turísticos para russos, medida também adotada pela Noruega, que não integra o bloco. A Letônia intensificou ações contra russos, deportando milhares que não passaram em testes de língua letã e destruindo monumentos soviéticos.
A postura reflete tensões com a minoria étnica russa, que representa 25% da população letã. O serviço de inteligência militar do país publicou diretrizes para identificar supostos espiões russos, citando características como “aparência desleixada” e “higiene insuficiente”. Em 2024, a Letônia destinou 1% de seu PIB para armas à Ucrânia e barrou veículos com placas russas, evidenciando sua linha dura contra Moscou, conforme dados do Ministério da Defesa letão.