
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se irritou nesta quarta-feira (28) ao ser questionado por uma jornalista sobre o termo “Trump Always Chickens Out” — traduzido como “Trump Sempre Arrega” ou “Trump Sempre Amarela”. A expressão viralizou nas redes sociais e entre analistas de mercado, ganhando destaque especialmente devido às idas e vindas na imposição de tarifas comerciais anunciadas pelo republicano.
A sigla “TACO”, que resume a frase, foi usada pela primeira vez por um colunista do Financial Times e passou a circular com frequência após o adiamento das tarifas de 50% contra a União Europeia. O tema voltou à tona após o banco de investimentos Saxo publicar, na segunda-feira (26), um artigo mencionando o termo como crítica aos constantes recuos do governo Trump na política tarifária.
Durante entrevista na Casa Branca, uma repórter mencionou que especialistas de Wall Street estavam utilizando o termo TACO para descrever a instabilidade nas decisões econômicas do então presidente. Visivelmente incomodado, o chefe do governo respondeu: “Eu ‘amarelo’? Nunca ouvi isso. Isso é porque eu reduzi [as tarifas da China] de 145% para 100% e depois para outro número?”.
Donald Trump defendeu que sua postura representava estratégia de negociação e não recuo: “Você chama isso de amarelar? Isso é negociação. Nunca diga o que você acabou de dizer, porque essa é uma pergunta maldosa”.
Mais tarde, ao falar sobre investimentos nos Estados Unidos, o republicano voltou a negar qualquer tipo de recuo:
“E eles vão falar que eu estou arregando. Isso é inacreditável. Geralmente, eu ouço o contrário, dizem que estou sendo muito duro”.
Trump becomes even more unhinged when he hears “TACO” (Trump Always Chickens Out). Share the hell out of this clip. #TACOTrump pic.twitter.com/cfKwmmmNsa
— 💥Arbiter of Cool💥😎✌🏻👊🏻 (@ArbiterofCool) May 28, 2025
As críticas surgem em meio a um histórico recente de volatilidade no mercado global provocada pelas ações do presidente norte-americano. Em abril, ele anunciou tarifas recíprocas contra dezenas de países, provocando quedas nas bolsas internacionais. Uma semana depois, voltou atrás, alegando que vários países pediram negociações — embora não tenha revelado quais.
A exceção foi a China, que respondeu com retaliações e elevou tarifas sobre produtos dos EUA. Após semanas de tensão, um acordo foi fechado em 12 de maio, prevendo redução mútua das taxas por 90 dias.
No final de maio, Donald Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos da União Europeia, com início previsto para 1º de junho. A ameaça causou nova turbulência no mercado. Porém, no dia 25 de maio, o presidente voltou atrás, afirmando que adiaria a medida para julho, após pedido da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Segundo o New York Times, analistas europeus já previam o recuo, destacando que a ameaça “não duraria”. A repetição desse padrão levou ao uso recorrente do termo TACO entre especialistas financeiros.