A Petrobras iniciou, nesta quarta-feira (28), as operações de uma nova unidade de hidrotratamento de diesel (HDT-D) na Refinaria de Paulínia (Replan), no estado de São Paulo. A entrada em funcionamento foi antecipada em três meses, segundo informações divulgadas pela agência Reuters.
A nova estrutura permitirá à Replan aumentar a produção de diesel do tipo S-10 em até 63 mil barris por dia (mbpd). A unidade também terá capacidade para fabricar até 21 mil barris diários de querosene de aviação (QAV). A refinaria, localizada no interior paulista, é a maior da Petrobras em capacidade de processamento.
De acordo com comunicado da estatal, a nova unidade tem como objetivo ampliar a oferta de combustíveis com menor teor de enxofre, substituindo gradualmente o diesel S-500 pelo S-10. “Essa ampliação prepara a refinaria para a retirada do diesel S-500, possibilitando a conversão total da sua produção de diesel para o S-10”, afirmou a Petrobras.
O diesel S-10 contém 10 partes por milhão (ppm) de enxofre, enquanto o S-500 apresenta 500 ppm. A diferença nos teores reflete a tendência do setor de refino de atender às normas ambientais mais restritivas. A mudança no padrão de produção segue as diretrizes estabelecidas por regulamentações nacionais e internacionais voltadas à redução de emissões.
A Replan desempenha papel relevante no abastecimento nacional de combustíveis. Com a ampliação da capacidade produtiva da unidade, a empresa busca adequar-se à demanda crescente por combustíveis menos emissores de poluentes, ao mesmo tempo em que reforça seu posicionamento no fornecimento de derivados com especificações ambientais mais rigorosas.
A unidade de hidrotratamento iniciada hoje é parte de um programa de modernização da Replan, iniciado em ciclos anteriores. O projeto tem como foco a adaptação da infraestrutura industrial da refinaria para atender às exigências de eficiência na produção e às metas estabelecidas pelas políticas públicas para o setor energético.
A Petrobras não divulgou o valor total investido na nova unidade. No entanto, o projeto está incluído no plano estratégico da empresa voltado à otimização do parque de refino e à diversificação do portfólio de combustíveis. A iniciativa também visa ampliar a competitividade da estatal no mercado interno, especialmente diante do aumento da demanda por combustíveis com especificações técnicas mais rígidas.
Além do diesel S-10, a produção de querosene de aviação (QAV) da nova unidade atende a padrões operacionais do setor aéreo, contribuindo para o abastecimento da malha de transporte nacional. O combustível representa um insumo essencial para a operação regular das companhias aéreas no Brasil.
A antecipação do cronograma foi interpretada como um sinal da estratégia da companhia de acelerar projetos considerados prioritários. A estatal tem enfatizado nos últimos comunicados a intenção de ampliar a participação em segmentos relacionados à transição energética, com foco em combustíveis menos poluentes.
A empresa também tem divulgado iniciativas voltadas à modernização de outras refinarias do seu parque industrial. Segundo informações institucionais, a meta é alcançar maior flexibilidade operacional e eficiência no atendimento aos mercados regionais, mantendo os padrões de segurança e conformidade regulatória.
A Petrobras afirma que a nova unidade de Paulínia é parte de uma política mais ampla para adequação da produção às exigências de redução de emissões no setor de transporte. A companhia cita como diretriz o alinhamento com metas de longo prazo estabelecidas em acordos internacionais e políticas nacionais de controle ambiental.
A operação da HDT-D permitirá a substituição integral do diesel S-500 pela versão S-10 na Replan, o que, segundo a empresa, poderá contribuir para a redução na emissão de dióxido de enxofre, entre outros compostos resultantes da queima de combustíveis com maior teor de enxofre.
A refinaria de Paulínia processa, em média, 434 mil barris de petróleo por dia, conforme dados disponíveis no site institucional da Petrobras. Com a entrada da nova unidade, a expectativa é de que a capacidade de fornecimento de derivados com menor impacto ambiental seja ampliada de forma consistente ao longo do ano.
A Petrobras informou que continuará a monitorar os resultados da nova operação e avaliará, com base nos dados obtidos, a viabilidade de replicar estruturas semelhantes em outras unidades do parque de refino. A empresa também mantém estudos sobre a expansão de sua atuação no fornecimento de combustíveis renováveis, embora ainda não tenha anunciado projetos concretos nessa área dentro da Replan.