A Universidade Federal de Roraima (UFRR) afastou o estudante de medicina Fábio Felipe por publicações em redes sociais consideradas ofensivas. A decisão, anunciada na última segunda-feira (26), é um ataque à liberdade de expressão, já que o aluno não violou normas acadêmicas, mas foi punido por suas opiniões, um precedente perigoso em um ambiente que deveria ser democrático.
Fábio Felipe publicou no X mensagens que associavam negros a comportamentos “primatas”, gerando indignação. Em sua defesa, ele alegou que os posts foram mal interpretados. “O que direi não justifica o injustificável, mas demonstra que nem tudo foi lido corretamente. O significado real não era o óbvio”.
Ele atribuiu as publicações a uma “persona exagerada” para extravasar “raiva e frustração” e citou seu diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista, afirmando estar em tratamento psiquiátrico. “Admito que ressentimento e frustração levaram a uma comunicação violenta, associada a questões pessoais, incluindo minha vivência religiosa e sexualidade, que reprimi por muito tempo”.
O estudante disse estar “refletindo com seriedade” e preparando uma retratação à universidade, enfatizando apoiar “respeito, inclusão e responsabilidade”. Contudo, a UFRR optou pelo afastamento, uma medida que ignora o direito de expressão e pune ideias, por mais controversas que sejam. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a universidade justificou a decisão com base em seu regimento, mas não detalhou infrações específicas, reforçando a percepção de censura.
A liberdade de expressão é um pilar do que se entende por um regime democrático e punir opiniões, mesmo ofensivas, abre espaço para a repressão estatal, muito embora a Constituição Brasileira garanta o direito de expressar ideias livremente. A burocracia universitária, ao expulsar Fábio, age como um aparato repressor, desrespeitando o debate aberto. Organizações como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) já criticaram medidas semelhantes, alertando para o risco de “patrulhamento ideológico” em universidades.