Após mobilização de associações de bairros e ambientalistas, o governo estadual anunciou alterações significativas no projeto Nova Raposo, que prevê a concessão da rodovia Raposo Tavares e obras de grande impacto entre São Paulo e Cotia.
Alterações no Projeto Original
A alça sobre o Rio Pinheiros, que desviaria o trânsito para a Rua Batuíra em Alto de Pinheiros, foi removida. Em seu lugar, haverá uma conexão entre a Avenida Escola Politécnica e a via expressa da Marginal Pinheiros. Mudanças também foram planejadas para os acessos à região da Granja Viana e à área urbana de Cotia.
Redução de Impactos
Isabel Santos, diretora da Companhia Paulista de Parcerias (CPP), afirmou que as mudanças no projeto incluíram sugestões de audiências e consultas públicas, além de demandas de associações de moradores. “Tentamos reduzir ao máximo o impacto nas comunidades ao lado da rodovia, as desapropriações e a retirada de vegetação”, disse ela ao Estadão.
Para minimizar os impactos ambientais e comunitários, o eixo da rodovia pode ser alterado em determinados trechos, incluindo áreas próximas ao acesso à Granja Viana, Parque da Previdência e comunidade Piemonteses. Na chegada ao Butantã, haverá ampliação da alça da Rua Alvarenga e obras na Rua Sapetuba para eliminar cruzamentos em nível.
Viadutos e Faixas Exclusivas
Os novos viadutos ao lado da Ponte Eusébio Matoso serão mantidos para melhorar a distribuição do tráfego. As faixas exclusivas para ônibus na Raposo Tavares serão deslocadas para as vias marginais, que terão 48 quilômetros contínuos (24 de cada lado) e uma velocidade reduzida em comparação à via expressa.
Tarifas de Pedágio
As tarifas de pedágio foram ajustadas e agora variam entre R$ 0,54 e R$ 4,84. A cobrança começará apenas após a conclusão das obras, prevista para o 8º ano após a assinatura do contrato. Seis pórticos de pedágio serão instalados ao longo da rodovia, com cobrança nos dois sentidos.
Contribuições e Críticas
Durante a consulta pública, o projeto recebeu cerca de 1,8 mil contribuições, e reuniões foram realizadas com prefeituras e movimentos da sociedade civil. Estudo do Movimento Nova Raposo, Não!, que reúne 105 entidades, destacou que o projeto original interferiria em 2 milhões de m² de áreas verdes.
Impacto Ambiental
O estudo indicou que a obra original removeria 1.121 árvores de grande porte e 12 mil m² de vegetação no Parque da Previdência. Em São Paulo, seriam desapropriados 1.096 lotes para a construção das marginais, afetando principalmente a comunidade Piemonteses.
Considerações das Prefeituras
A Prefeitura de São Paulo afirmou que qualquer intervenção urbana terá de ser aprovada pelos órgãos técnicos municipais. O prefeito de Cotia, Rogério Franco (PSD), solicitou estudos para permitir que moradores locais cheguem a São Paulo sem pagar pedágio e propôs um corredor de ônibus até a capital.
Declarações do Governo Estadual
Isabel Santos afirmou que o projeto ainda passará por novas discussões e que as obras estão programadas para ocorrer entre o 4º e o 8º ano da concessão. Novas audiências públicas serão realizadas para a obtenção das licenças ambientais.
A remodelagem do projeto precisa ser aprovada pela Artesp e pela Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) antes de ser apresentada à Prefeitura da capital.