
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou, neste sábado (24), a necessidade de uma regulação das redes sociais no Brasil, destacando que o tema deve ser debatido com urgência no Congresso Nacional.
“É preciso que a gente discuta com o Congresso Nacional a responsabilidade de regular o uso das empresas, sabe, nesse país. Não é possível que tudo tenha controle, menos as empresas de aplicativos. É importante que a gente comece a cuidar do povo brasileiro com um pouco mais de carinho”, afirmou Lula durante evento em Campo Verde (MT).
O presidente criticou a “violência” e o “bullying” praticados no ambiente virtual e cobrou um debate sobre o assunto no Congresso. Ele citou, sem fornecer detalhes, o caso de uma criança que faleceu após ser perseguida na internet.
“Esses dias vi uma menina que se matou porque foi acusada, quase que torturada pelos amiguinhos pela internet. Não era pessoalmente, não. Era pela internet. Vocês sabem quantas ofensas vocês recebem. Vocês sabem quantas provocações vocês recebem”, declarou.
Apesar do apoio do governo à regulação, a medida enfrenta resistência no Congresso. O tema foi discutido no contexto do “PL das fake news”. A proposta foi aprovada no Senado, mas ainda encontra obstáculos entre deputados da oposição.
Em abril de 2024, o texto chegou a ser pautado na Câmara, com urgência aprovada, mas não houve consenso, devido a pressões das grandes empresas de tecnologia e da resistência dos opositores, o que resultou na suspensão da votação.
Durante o evento, Lula também falou sobre suas futuras viagens pelo Brasil, com o objetivo de divulgar as ações do governo e combater as fake news. “No mês que vem vou começar a andar esse país porque acho que chegou a hora de a gente assumir a responsabilidade de não permitir que a mentira, que a canalhice, que a fake news ganhem espaço e que a verdade seja soterrada nesse país”, afirmou.
Em Campo Verde (MT), Lula participou do lançamento do Programa Solo Vivo, que conta com um investimento de R$ 42,8 milhões, com o objetivo de recuperar áreas degradadas para a agricultura familiar.