Evento em Brasília reúne representantes de 44 países africanos e autoridades brasileiras para ampliar cooperação, compartilhar tecnologias e consolidar estratégias no enfrentamento da fome e pobreza mundial

 

O fim da fome no Brasil e no mundo é uma meta do governo do presidente Lula que a cada dia ganha mais força. Um grande passo foi dado nesta semana com autoridades brasileiras e de 44 países africanos, reunidas no II Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural no Palácio Itamaraty, em Brasília, de 19 a 22 de maio.

Além da presença de vários ministros, a primeira-dama Janja participou do evento que abordou experiências exitosas em suas temáticas e também sobre sistemas agroalimentares sustentáveis e resilientes; pesquisa, desenvolvimento e inovação; e políticas públicas e financiamento. A programação incluiu visitas técnicas a áreas de produção agrícola de interesse das delegações africanas como à Embrapa Semiárido em Petrolina (PE) e uma Unidade Armazenadora da Conab.

Leia mais – Lula: “Brasil e Angola compartilham firme compromisso com o multilateralismo”

Um dos temas centrais foi a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa lançada durante a presidência brasileira do G20. No evento, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias apresentou a proposta do Brasil no painel “Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e o papel das políticas públicas para a segurança alimentar e nutricional”. Já o ministro de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, destacou a importância do acesso ao crédito para o crescimento da agricultura, citando o modelo brasileiro como referência.

Expansão contínua

A Aliança Global, em apenas cinco meses desde a sua criação, já tem mais de 180 membros, entre países da União Africana, a União Europeia, organizações internacionais públicas e privadas, além de instituições financeiras internacionais, incluindo o Banco Mundial e muitos dos principais bancos de desenvolvimento.

Dos 54 países do continente africano, cerca de metade já aderiram à Aliança Global e alguns outros estão em processo de adesão, o que atesta o êxito da proposta do presidente Lula para o fim da fome no mundo. No final do evento, Zimbábue, Senegal e Essuatíni (antiga Suazilândia), além do Banco Africano de Desenvolvimento, oficializaram a adesão à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

“Do Sertão para a África. Fomos a Petrolina, em Pernambuco, mostrar algumas estratégias que estão sendo fundamentais no combate à fome!”, postou o ministro na rede X junto com vídeo que mostra a visita de representantes de 44 países africanos ao semiárido onde são cultivadas 100 mil hectares de fruticultura, com conhecimento desenvolvido pela Embrapa.

“Aqui viemos para essa troca de experiência, para garantir também uma estratégia de cooperação dentro da Aliança global, como a fome e a pobreza, para que possamos juntos assegurar as parcerias necessárias para garantir a superação da fome e também a superação da pobreza”, ressaltou o ministro.

Cesta da Aliança

Presidente do Conselho de Campeões da Aliança Global, Wellington Dias detalhou que, para atingir seus objetivos, a iniciativa se estrutura nos pilares financeiro, nacional e conhecimento, pelos quais seus membros buscam implementar uma série de programas bem-sucedidos no combate à fome e à pobreza, a partir de uma cesta de políticas.

“Já contamos com uma série de programas africanos na cesta da Aliança, os quais são exemplos de políticas que entregam resultados positivos aos mais vulneráveis. Em 2024 logramos, com muito apoio, obter não apenas o consenso no G20 para a proposta da Aliança Global, como também as adesões de dezenas de países e organizações não membros do G20”, comemorou.

Muitos países africanos buscam implementar ou expandir programas nas áreas de alimentação escolar, acesso à água, apoio à primeira infância, apoio a pequenos produtores, inclusão socioeconômica e transferências de renda. Diante dessa nova realidade, Wellington Dias tem esperança de bons resultados que consolidem a uma ampliação deste modelo de cooperação, “com mais parcerias, mais controle dos governos nacionais, e menos burocracia e fragmentação”, assinalou.

Tecnologias à disposição da África

O modelo brasileiro de acesso ao crédito foi tema da fala do ministro de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, que enfatizou a sua importância para o crescimento da agricultura. “Temos um sistema robusto de financiamento bancário, o Plano Safra, que atende desde o custeio da produção até a mecanização, a modernização tecnológica e o fortalecimento das cooperativas. Além disso, é fundamental garantir assistência técnica e investir no desenvolvimento de tecnologias, como as produzidas pela Embrapa, para assegurar uma produção agrícola cada vez mais sustentável”, apontou.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, ressaltou as similaridades climáticas entre o Brasil e a maioria dos países africanos e destacou o potencial para a replicação de tecnologias desenvolvidas no Brasil no contexto africano.

“Queremos devolver esse conhecimento aprimorado para que vocês não precisem esperar 50 anos pesquisando. Graças às semelhanças climáticas e de solo que temos, é possível fazer uma transferência tecnológica direta e adaptada”, destacou. O Mapa tem sete postos de adidâncias agrícolas no continente africano: África do Sul, Angola, Argélia, Egito, Etiópia, Marrocos e Nigéria, que são fundamentais para o desenvolvimento e aproximação agropecuária entre os países.

O ministro Waldez Góes, da Integração e Desenvolvimento Regional, falou da troca de experiências e tecnologias em áreas como segurança hídrica, agricultura familiar, piscicultura e fruticultura. “O Brasil tem muito a compartilhar, especialmente com regiões que enfrentam desafios semelhantes aos do nosso semiárido”, ressaltou.

Novos mercados

Cleber Soares, secretário-executivo adjunto do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Cleber Soares, destacou que o Brasil tem muito a contribuir no desenvolvimento agropecuário dos países africanos. “A relação Brasil e África é uma via de mão dupla. O Brasil tem aberto também novos mercados e muitos desses também são para países africanos, exemplo da abertura de mercado na Namíbia, África do Sul e Angola. Hoje exportamos um volume muito grande de frutas. Conquistamos novos mercados e contribuímos para reduzir o preço do alimento naquele país”, sublinhou.

Para o presidente da Conab, Edegar Pretto, o fortalecimento da Companhia permite uma maior cooperação entre os países. “Queremos cooperar, ensinar e aprender. Para nós também é uma experiência, porque nos remonta ao que nós já construímos até aqui. E quando a gente faz generosamente a cooperação, a gente vai abrindo mercados agrícolas”, assinalou.

Confiança no Brasil

“Nós apoiamos a iniciativa do presidente Lula, primeiro, porque a fome não pode ser combatida por países individualmente. Por isso apoiamos a aliança entre os países”, ressaltou o vice-presidente da Tanzânia, Philip Isdor Mpango, ao elogiar as políticas brasileiras de segurança alimentar que beneficiam produtores rurais, assim como estudantes e pessoas em vulnerabilidade social.

O vice primeiro-ministro da Etiópia, Temesgen Tiruneh Dinku, afirmou que “o Brasil é dos países de maior confiança para estabelecer parcerias”.

Também participaram instituições internacionais como a Aliança para uma Revolução Verde na África (AGRA), Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Fórum para Pesquisa Agrícola na África (FARA), Fundação Bill e Melinda Gates e o Programa Mundial de Alimentos (WFP).

PTNacional, com Secom e Assessoria de Comunicação do MDS

 

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 23/05/2025