O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado morreu nesta quinta-feira, 23 de maio, aos 81 anos. A morte se deu em decorrência da malária por ele contraída ainda nos anos 1990.
Reconhecido mundialmente por seu trabalho documental em preto e branco, Salgado retratou com intensidade a vida de trabalhadores, refugiados, populações indígenas e a relação entre o homem e a natureza. Economista de formação, ele iniciou a carreira na fotografia nos anos 1970 e se destacou por projetos de longo prazo, como Trabalhadores (1993), Êxodos (2000) e Gênesis (2013).
Membro da prestigiosa agência Magnum e cofundador do Instituto Terra — dedicado à recuperação ambiental no Vale do Rio Doce —, Salgado recebeu inúmeros prêmios ao longo da carreira e teve suas obras expostas nos maiores museus do mundo. Deixa um legado de imagens que contam, com força e compaixão, a história humana e planetária.
Lula encontra Sebastião Salgado em Paris, com Dilma e Haddad. Foto: Ricardo Stuckert
Salgado nasceu em Aimorés, no interior de Minas Gerais, em 1944. Formado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), viveu na França, onde se doutorou e iniciou sua carreira como fotógrafo após abandonar a profissão de economista. Sua lente percorreu mais de 100 países, sempre guiada por um profundo compromisso social e humanitário.
Em 2015, teve sua trajetória contada no documentário “O Sal da Terra”, dirigido por Wim Wenders e por seu filho, Juliano Salgado. Além da arte fotográfica, sua atuação ambiental por meio do Instituto Terra transformou áreas devastadas em florestas regeneradas. Para Salgado, a fotografia era uma forma de militância, uma maneira de sensibilizar o mundo para a dor, a beleza e a resistência da vida.