
O empresário bolsonarista Flávio Rocha, dono da Riachuelo, criticou o governo Lula pelo pelo aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e afirmou que os membros do Executivo deveriam “aprender” com Javier Milei, presidente da Argentina. O texto foi revogado na noite de ontem (22) pelo governo.
Presidente do conselho da Riachuelo, Rocha defende que o governo brasileiro aplique medidas duras de austeridade, seguindo Milei, que tem cortado recursos para programas sociais, obras públicas, educação, empresas públicas, aposentadorias e pensões.
“Nós devíamos aprender com o vizinho, o Milei, aquele que foi tão ridicularizado. Esse fez a coisa certa. No curto prazo, vamos ver o confronto do Estado mínimo de Milei com o Estado máximo do nosso governo. Vamos ver quem está certo. A fórmula certa não é expandir governo. É diminuir governo”, afirmou à Folha de S.Paulo.
O bolsonarista reclamou da medida e disse que ela “já foi testada e reprovada reiteradas vezes”, alegando que o governo gera uma “explosão de arrecadação insuficiente para uma expansão assustadora do gasto público”. “A taxa de juros vai continuar alta, e talvez até crescendo, enquanto houver esse desequilíbrio nos gastos”, completou.
Rocha é um dos principais apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro no meio empresarial desde 2018. O dono da Riachuelo é contrário, por exemplo, à taxação de grandes fortunas sob o argumento de que a medida “empobreceria” os ricos.
Ele recentemente tem defendido que empresários não se manifestem politicamente e “fiquem na moita”. “É um momento difícil para a liberdade de expressão”, disse Rocha em entrevista ao Estadão, um sinal de apoio à narrativa de perseguição política contra a extrema-direita.

A elevação do imposto foi anunciada nesta terça e revogada horas depois. A mudança faz ajustes na tributação do IOF de outras operações, como seguros e câmbios, e a Receita Federal previa uma arrecadação de R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 40,1 bilhões em 2026.
Haddad justificou que o aumento do IOF representa uma pequena parte de uma série de medidas na ordem de R$ 50 bilhões. “Nós entendemos que, pelas informações recebidas, valia a pena fazer uma revisão desse item para evitar especulações sobre objetivos que não são próprios da fazenda nem do governo, de inibir investimento fora, não tinha nada a ver com isso”, explicou.