
Nesta sexta-feira (23), o ex-vice-presidente Hamilton Mourão presta depoimento à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), como testemunha no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado orquestrada por Jair Bolsonaro e seus aliados em 2022.
O senador foi convocado pela defesa do ex-ministro general Augusto Heleno, mas o militar também será questionado pelos advogados de Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.
Mesmo com a proximidade com o ex-presidente, Mourão não foi citado na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Em entrevistas anteriores, ele classificou o plano golpista como “sem pé nem cabeça” e afirmou que foi idealizado por um pequeno grupo de militares que “escreveram bobagem”.
O ex-vice-presidente declarou ainda que “tentativa de golpe tem que ter apoio expressivo das Forças Armadas” e negou qualquer movimentação nesse sentido. “
Além de Mourão, outras oito testemunhas também devem ser ouvidas nesta sexta, com audiências realizadas por videoconferência.
As oitivas foram divididas em dois turnos: pela manhã, os indicados por Alexandre Ramagem e Braga Netto; à tarde, as testemunhas de Augusto Heleno e Almir Garnier.

Os depoimentos fazem parte da fase de escuta das testemunhas de defesa, que ocorrem por ordem alfabética dos réus. Após essa etapa, o ministro relator Alexandre de Moraes deverá agendar os interrogatórios dos réus, última fase antes do julgamento. Até agora, 12 das 82 testemunhas previstas já foram ouvidas.
Depõem nesta sexta:
- Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho, delegado da Polícia Federal afastado por suspeita de participação na “Abin paralela”;
- Waldo Manuel de Oliveira Aires, coronel do Exército;
- Hamilton Mourão;
- Alex D’Alosso Minussi, coronel do Exército;
- Gustavo Suarez da Silva, coronel do Exército;
- Marcos Sampaio Olsen, comandante da Marinha;
- Antônio Capistrano de Freitas Filho, almirante de Marinha;
- José Aldo Rebelo Figueiredo, ex-ministro da defesa de Dilma;
- Marcelo Francisco Campos, almirante da Marinha.