
Sob o governo de Donald Trump, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil mudou o tom nas conversas com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo relatos de magistrados, essa alteração no comportamento diplomático foi percebida logo após a posse de Trump como presidente, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.
Entre os assuntos que passaram a ser discutidos pelos representantes do governo Trump com integrantes da Corte estão os processos relacionados aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, assim como a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado envolvendo Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados.
As conversas ocorrem com magistrados que já mantinham contato com a embaixada dos EUA desde gestões anteriores. No entanto, esses ministros destacam que a chegada de Trump à Casa Branca “mudou por completo” o tom dos diálogos.
Na última quarta-feira (21), o chefe do Departamento de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse a congressistas americanos que o governo Trump estuda aplicar punições contra o ministro Alexandre de Moraes. “Isso está sob análise no momento e há uma grande possibilidade de que aconteça”, afirmou.
🇺🇸AGORA NOS EUA: Sec. @marcorubio diz que está NESTE MOMENTO analisando sanções contra Moraes sob a ótica a Lei Magnitsky (violações de direitos humanos)
Pergunta foi feita pelo Dep. @CoryMillsFL que semana passada se reuniu com os Dep. @BolsonaroSP e @filipebarrost. Venceremos! pic.twitter.com/BaAoHjOBM7
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) May 21, 2025
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vem capitaneando o movimento de sanções contra o ministro junto ao governo Trump, tem dito que espera que o republicano aplique medidas em até duas semanas.
Entre as sanções consideradas estão o veto à entrada de Moraes nos Estados Unidos e o confisco de bens eventualmente registrados em território americano. No entanto, tanto o Departamento de Estado quanto a Casa Branca consideram o tema sensível e de “alto risco”, razão pela qual a decisão segue em avaliação.
O presidente Lula (PT), por sua vez, orientou o Itamaraty a agir com firmeza sobre o tema e deixou claro que qualquer punição sobre Moraes será tratada como um ato de “ingerência externa” e uma violação da soberania nacional, e não apenas como uma medida direcionada a um integrante da Corte.