Na última terça-feira (20), o ator norte-americano Kevin Spacey, de 65 anos, reapareceu no Festival de Cannes após quase uma década, discursando em um evento beneficente da Better World Fund. Homenageado, ele falou sobre as acusações de agressão sexual que enfrentou desde 2017, sua absolvição em tribunais e a perseguição sofrida por movimentos identitários. A presença do ator gerou controvérsias, mas marcou sua tentativa de retomar a carreira.
Spacey, vencedor do Oscar por Beleza Americana (2000), foi inocentado em 2022 em um processo civil em Nova Iorque e, em 2023, em uma investigação criminal em Londres, envolvendo acusações de quatro homens. Em Cannes, ele declarou:
“Quem poderia imaginar que homenagear alguém que foi inocentado em todos os tribunais em que ele entrou seria considerado uma ideia corajosa.”
Citando Kirk Douglas, o ator acrescentou que “é fácil para nós, atores, interpretar o herói na tela, mas na vida real, as escolhas nem sempre são tão claras”. Spacey agradeceu ao amigo Elton John, afirmando: “ainda estou de pé”.
O ator promove seu novo filme em fase de pós-produção, “The Awakening”, um thriller britânico em busca de distribuidores. Apesar do apoio de alguns colegas, a comunidade cinematográfica permanece dividida. O festival não reconheceu oficialmente sua participação, e a gala teve organização caótica, com recepção mista. Spacey ainda enfrenta processos legais em andamento, segundo a revista Variety.
A perseguição identitária contra Spacey começou em 2017, com acusações no auge do movimento #MeToo, levando à sua exclusão de projetos como a série House of Cards. A absolvição não reverteu totalmente o ostracismo, mas sua presença em Cannes sugere um esforço de reintegração. Segundo a rede britânica BBC, Spacey prepara novos projetos, incluindo um filme independente nos EUA.