Augusto Melo, presidente do Corinthians. Foto: Bruno Cassucci

A Polícia Civil de São Paulo indiciou o presidente do Corinthians, Augusto Melo, nesta quinta-feira (22), por furto, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O inquérito investiga irregularidades no contrato de patrocínio com a casa de apostas Vai de Bet.

Além de Augusto, também foram indiciados o ex-diretor administrativo Marcelo Mariano, o ex-superintendente de marketing Sérgio Moura e Alex Cassundé, dono da empresa Rede Social Media Design Ltda. Segundo a investigação, a inclusão de Cassundé no contrato serviu para viabilizar o desvio de recursos do clube.

De acordo com a polícia, “a atuação orquestrada e criminosa de Augusto Pereira de Melo, Marcelo Mariano dos Santos e Sérgio Lara Muzel de Moura” permitiu que Cassundé figurasse no contrato milionário, mesmo sem ter realizado a intermediação. O relatório aponta que R$ 1.074.150,00 dos R$ 1,4 milhão pagos pelo clube foram repassados a outras empresas, até chegar à UJ Football Talent Intermediação Ltda.

A empresa é ligada a Danilo Lima de Oliveira, conhecido como “Tripa”, apontado por delação como membro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Em nota, a UJ Football afirmou: “não possui qualquer ligação com organizações criminosas e não é investigada por envolvimento com o crime organizado”.

A investigação teve início após denúncias sobre movimentações suspeitas de dinheiro. Parte dos valores transferidos por Cassundé seguiu para empresas que, segundo a polícia, seriam de fachada. Uma delas é a Neoway, em nome de uma empregada doméstica que desconhecia ser sócia da empresa.

Em nota, o Corinthians declarou: “não possui controle sobre o que terceiros fazem com valores recebidos em decorrência de contratos firmados” e afirmou cumprir “rigorosamente todas as suas obrigações legais e contratuais”.

Camisa do Corinthians com patrocínio da Vai de Bet
Camisa do Corinthians com patrocínio da Vai de Bet – Divulgação

O contrato com a Vai de Bet previa um total de R$ 360 milhões por três anos de patrocínio. O clube também havia acertado uma comissão de R$ 25 milhões para a empresa intermediária.

A apuração resultou na rescisão do contrato com a casa de apostas e impulsionou o processo de impeachment de Augusto Melo. A votação está marcada para 26 de maio no Conselho Deliberativo do clube.

A UJ Football reiterou que “as movimentações bancárias tanto da UJ quanto do seu sócio, Ulisses de Souza Jorge, são lícitas, declaradas e compatíveis com a atuação da empresa no cenário esportivo”. A empresa afirmou que colabora com as autoridades.

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Last Update: 22/05/2025