
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou ao Itamaraty que reaja “com firmeza” às declarações do governo dos Estados Unidos sobre possíveis sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação, segundo Igor Gadelha, do Metrópoles, foi confirmada por fontes do Palácio do Planalto e da diplomacia brasileira à coluna.
A ordem presidencial ocorreu após o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmar durante audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos EUA que há “grande possibilidade” de Washington aplicar sanções ao ministro brasileiro.
“Isso está sob análise neste momento, e há uma grande possibilidade de que isso aconteça”, disse Rubio em resposta ao deputado republicano Cory Mills.
Secretário de Estado dos EUA fala em “grande possibilidade” de sancionar Alexandre de Moraes.
Marco Rubio afirmou ao Senado norte-americano nesta quarta-feira (21/5) que sanções usando a Lei Magnitsky contra o juiz do STF estão “sob revisão”.
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— Metrópoles (@Metropoles) May 21, 2025
Após a fala de Rubio, Lula determinou que a reação seja conduzida por vias diplomáticas. O presidente também autorizou que ministros de seu governo comunicassem pessoalmente a Moraes a orientação dada ao Itamaraty. Fontes próximas ao magistrado afirmam que ele está “tranquilo” com a situação, embora outros ministros do STF tenham demonstrado indignação.
“Moraes é vitalício. Trump não”, comentou um auxiliar presidencial, acrescentando que “esse negócio de EUA nunca foi a praia dele”. O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, foi o único membro do governo a se manifestar publicamente sobre o caso.
Sem citar diretamente as declarações de Rubio, Messias escreveu em sua conta no X que a “boa convivência pressupõe reciprocidade” entre nações.
“No Brasil, valorizamos e nos orgulhamos do princípio da separação dos Poderes. A magistratura nacional independente é um dos pilares fundamentais do Estado de Direito”, afirmou o ministro, destacando que “a democracia não pode existir sem a independência entre os Poderes”.
Tanto no Itamaraty quanto no STF, a estratégia adotada foi de não reagir publicamente ao episódio. Fontes diplomáticas afirmam que qualquer manifestação oficial está descartada no momento, já que não há medidas concretas adotadas pelo governo dos EUA.
No Brasil, valorizamos e nos orgulhamos do princípio da separação dos Poderes.
A magistratura nacional independente é um dos pilares fundamentais do Estado de Direito. A democracia não pode existir sem a independência entre os Poderes.
Respeitamos a soberania de todas as…
— Jorge Messias (@jorgemessiasagu) May 22, 2025