O número de empresas brasileiras com ao menos um caso de uso baseado em inteligência artificial dobrou em um ano.
Segundo a 4ª edição da pesquisa da Bain & Company, 25% das organizações no país já utilizam a tecnologia em alguma aplicação. Em 2024, esse percentual era de 12%.
Além disso, 67% das empresas entrevistadas colocam a inteligência artificial entre as cinco prioridades estratégicas para 2025.
Para 17% das companhias, a IA já representa o principal destino de investimentos.
Ganhos em produtividade e resultados financeiros
O estudo mostra que empresas que adotaram a IA generativa registraram aumento médio de 14% na produtividade.
Também houve crescimento de 9% nos resultados financeiros.
Segundo Lucas Brossi, sócio da Bain & Company, os impactos vão além da automação.
“A IA generativa redefine modelos operacionais e amplia as possibilidades de crescimento”, afirma.
Ele explica que os modelos atuais são treinados com bases de dados maiores, investem mais tempo em inferência e já operam com recursos multimodais.
Avanço é impulsionado pela queda nos custos
A popularização da tecnologia vem acompanhada de uma forte redução nos custos.
Desde 2022, o uso de modelos de linguagem de grande porte (LLMs) ficou cerca de 95% mais barato.
Isso permitiu o surgimento de novas aplicações e maior acesso por parte das empresas.
Segundo Brossi, o avanço segue três fases distintas.
A primeira foi marcada por chatbots. Depois, vieram os co-pilotos, que automatizam tarefas mais complexas. Agora, começa a fase da Agentic AI, com agentes capazes de executar múltiplas etapas para alcançar um objetivo.
Obstáculos ainda dificultam uma adoção mais ampla
Apesar do avanço, a pesquisa aponta dois grandes desafios para a adoção da tecnologia.
O primeiro é a limitação de infraestrutura tecnológica. O segundo é a escassez de talentos qualificados.
Ambos foram mencionados por 39% dos entrevistados.
No Brasil, as áreas que mais utilizam IA generativa são produtividade, desenvolvimento de software, finanças e marketing.
Familiaridade com IA cresce entre os usuários
O uso de ferramentas de IA também está crescendo entre os brasileiros.
Segundo o levantamento, 62% dos entrevistados estão familiarizados com o tema.
Além disso, 17% afirmam utilizar essas ferramentas com frequência.
Empresas remodelam estratégias para ganhar competitividade
Com a evolução da tecnologia, empresas que adotam uma abordagem proativa ampliam sua capacidade de adaptação.
Para Lucas Brossi, esse movimento tem reposicionado companhias em busca de vantagem competitiva.
“As organizações que enxergam a IA como motor de transformação estão reformulando suas estratégias e avançando mais rápido”, afirma.
Segundo ele, o cenário exige atenção às tendências e disposição para integrar essas ferramentas aos processos de negócio.