A Organização das Nações Unidas (ONU) recebeu, nesta terça-feira (20), autorização de Israel para que 100 caminhões com ajuda humanitária entrassem na Faixa de Gaza.
Os caminhões contém comida e suprimentos para bebês e crianças, cujas imagens de desnutrição gravíssima viralizaram nas redes sociais nas últimas semanas.
No entanto, o diretor de ajuda humanitária da ONU, Tom Fletcher, reconheceu em entrevista à BBC que o carregamento é insuficiente, tendo em vista que 14 mil bebês podem morrer nas próximas 48 horas devido à restrição de comida, água e suprimentos básicos impostos por Israel.
De acordo com os cálculos da ONU, a população de Gaza demanda, pelo menos, de 500 caminhões por dia com suprimentos e bens comerciais.
Mas Israel impediu a entrada de caminhões no território palestino por semanas e até meses. A última restrição, que durou até segunda-feira (19), durou 11 semanas.
Sanções
O Reino Unido anunciou, também nesta terça-feira, que suspendeu o livre comércio com Israel e convocou a embaixadora no país após nova ofensiva israelense contra palestinos na Faixa de Gaza, além do bloqueio da entrada de ajuda humanitária na região.
As ações militares israelenses na Cisjordânia também foram rechaçadas pelo governo britânico, que impôs novas sanções contra Israel.
Para o secretário de Relações Exteriores britânico, David Lammy, a política israelense sobre os palestinos é escandalosa.
Assim, o Reino Unido manteve o acordo comercial entre os dois países, mas pode não dar continuidade a negociações futuras.
Além do Reino Unido, França e Canadá também repudiaram o genocídio promovido por Israel em Gaza e na Cisjordânia e ameaçaram suspender o comércio.
O presidente francês, Emmanuel Macron, e os primeiros-ministros canadense, Mark Carney, e britânico, Keir Starmer, condenam a linguagem odiosa usada por membros do governo israelense e que forçar o deslocamento de civis viola o direito internacional humanitário.
“Israel sofreu um atentado atroz em 7 de outubro. Sempre apoiamos o direito de Israel de defender os israelenses contra o terrorismo, mas esta escalada é totalmente desproporcional. Se Israel não puser fim à nova ofensiva militar nem interromper suas restrições à ajuda humanitária, adotaremos outras medidas concretas em resposta”, afirmaram.
Apesar das ameaças de sanções, Israel não se deixou intimidar. Apenas nesta terça-feira, mais 60 palestinos foram mortos em bombardeios israelenses, de acordo com o Ministério da Saúde.
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