Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. Foto: Fellipe Sampaio/STF

A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) receba a denúncia contra os 12 integrantes do “núcleo 3” da trama golpista. A subprocuradora-geral da República Cláudia Sampaio Marques afirma que os militares e o policial federal acusados se mobilizaram para um golpe de Estado após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

“Quando se deram conta que nada mais podia ser feito em relação às eleições, que transcorreram dentro dos rigorosos padrões de legalidade, passaram a agir concretamente para a efetivação do golpe de Estado”, escreveu a subprocuradora.

Marques afirma que o núcleo era composto por “integrantes das forças especiais, que, além de promover ações táticas para convencer e pressionar o Alto Comando do Exército aderir ao movimento golpista, exerceram relevante papel na execução das estratégias de ruptura do regime democrático”.

A Primeira Turma da Corte analisa nesta terça (20) a denúncia da PGR contra 12 pessoas, sendo 11 militares e um agente da Polícia Federal. Segundo o documento, o núcleo planejou o sequestro do ministro Alexandre de Moraes e pressionou as Forças Armadas a aderirem ao golpe.

O Supremo já tornou Bolsonaro e 20 aliados réus por participação na trama golpista. Esse é o penúltimo “núcleo” julgado pela Primeira Turma e só restará analisar a denúncia contra Paulo Figueiredo Filho, ex-comentarista da Jovem Pan e neto de João Batista Figueiredo, o último presidente da ditadura.

Cláudia Sampaio Marques, subprocuradora-geral da República. Foto: Rosinei Coutinho/STF

Os acusados fazem parte dos “kids pretos” (grupo de forças especiais das Forças Armadas), militares da ativa ou da reserva do Exército e especialistas em operações especiais. Segundo o inquérito da trama golpista, eles foram responsáveis pelo plano “Punhal Verde Amarelo”, que previa o assassinato de Lula, Geraldo Alckmin, então presidente e vice-presidente eleitos.

Veja a lista de aliados de Bolsonaro julgados pela Primeira Turma nesta terça:

  • Bernardo Correa Netto, coronel preso na operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal;
  • Cleverson Ney, coronel da reserva e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
  • Estevam Theophilo, general da reserva e ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
  • Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército e supostamente envolvido com carta de teor golpista;
  • Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército e integrante do grupo “kids pretos”;
  • Márcio Nunes de Resende Júnior, coronel do Exército;
  • Nilton Diniz Rodrigues, general do Exército;
  • Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel e integrante do grupo “kids pretos”;
  • Rodrigo Bezerra de Azevedo, tenente-coronel do Exército e integrante do grupo “kids pretos”;
  • Ronald Ferreira de Araújo Junior, tenente-coronel do Exército acusado de participar de discussões sobre minuta golpista;
  • Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel;
  • Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal.

Eles foram denunciados por cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.

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Last Update: 20/05/2025