O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ironizou, nesta terça-feira 20, a quantidade de pedidos de impedimento, suspeição e parcialidade feitos por denunciados pela trama golpista contra membros da Corte.
As solicitações que visam retirar os ministros do caso afetam seis dos 11 membros do STF. Apenas André Mendonça, Kássio Nunes Marques, Luiz Fux, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia foram poupados pelos denunciados no caso. Todos os demais, segundo os bolsonaristas denunciados, não deveriam participar de votações relacionados ao tema.
“Quase não sobrou nenhum ministro para julgar o caso”, ironizou Moraes após ler a longa lista de pedidos de impedimento, suspeição e parcialidade na ação penal.
Até aqui, importante registrar, o STF tem rejeitado as solicitações que visam impedir que ministros participem do julgamento. A Corte também também tem derrubado as tentativas de tirar o caso do STF, assim como aquelas que tentam levar a ação do golpe para o plenário.
Núcleo 3 na mira
A lista de pedidos para barrar os ministros no caso foi lida por Moraes na abertura do julgamento do núcleo 3 da trama golpista. O grupo era composto por 11 militares e um agente da Polícia Federal e planejava, segundo a PGR, criar uma ‘situação de caos’ visando manter Jair Bolsonaro (PL) no poder em 2022.
A PGR enquadrou os 12 alvos em cinco crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Nesta terça-feira, o órgão reforçou ser favorável ao andamento da denúncia, que será votada pelos cinco ministros que integram a Primeira Turma do STF. São eles:
- Cristiano Zanin (presidente);
- Alexandre de Moraes (relator da ação);
- Flávio Dino;
- Cármen Lúcia; e
- Luiz Fux.
Caso optem por dar seguimento ao caso, os 11 militares e o agente da PF se tornarão réus junto com outros 21 envolvidos na trama que já tiveram a denúncia aceita pelo tribunal.