
Mesmo inelegível até 2030 e alvo de investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda acredita que poderá disputar as eleições presidenciais de 2026. Em conversas públicas e reservadas, ele se mostra confiante de que alguma reviravolta jurídica poderá colocá-lo novamente na corrida pelo Planalto. Com informações da Veja.
Apesar da condenação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o tornou inelegível por abuso de poder político, o ex-mandatário e seus aliados seguem repetindo que ele será o candidato da direita em 2026. Nos bastidores, deputados e senadores bolsonaristas reforçam esse discurso, apostando em uma eventual reviravolta judicial.
Contudo, a realidade atual é bem diferente. Bolsonaro está no centro das investigações sobre tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O Supremo Tribunal Federal já articula concluir o julgamento do caso ainda em setembro, o que pode resultar em uma condenação com penas que ultrapassam 40 anos de prisão.
Aliados já discutem cenário com Bolsonaro preso em 2026
Cientes da gravidade da situação, aliados próximos de Jair Bolsonaro já trabalham com a possibilidade de que ele esteja preso e incomunicável durante o período eleitoral. Integrantes da cúpula do PL teriam alertado o ex-presidente de que o STF dificilmente aliviará a sua situação, e que ele pode acabar detido até o fim de 2025.
Apesar dos alertas, o integrante do Partido Liberal segue negando a gravidade do processo e insiste que está sendo vítima de “perseguição”. Pessoas próximas tentam convencê-lo a adotar um tom mais moderado e reduzir os ataques ao Judiciário, mas até o momento, ele não sinalizou qualquer gesto de aproximação.

Estratégia de Lula inspira plano de última hora
Diante do risco de inelegibilidade definitiva e até prisão, Jair Bolsonaro avalia repetir a estratégia adotada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2018: manter a candidatura até o limite legal e substituí-la por um nome de confiança. Entre os cotados, estão a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os filhos, Eduardo e Flávio Bolsonaro.
Flávio, atualmente senador, teria preferência por manter seu mandato no Senado. Já Eduardo, enfrenta alta rejeição nas pesquisas internas. Com isso, o nome de Michelle ganha força nos bastidores como possível sucessora política do marido.
Bolsonaro pode ficar incomunicável e usar familiares como porta-vozes
Caso Jair Bolsonaro seja preso, seja em regime fechado ou domiciliar, ele poderá ficar incomunicável, sem acesso às redes sociais ou contato com apoiadores. Nesse cenário, apenas familiares e advogados poderiam transmitir suas mensagens, o que reduziria consideravelmente sua capacidade de articulação política.
Ainda assim, aliados acreditam que manter a candidatura, mesmo que inviável, serviria para mantê-lo nos holofotes e evitar o esquecimento político. A dúvida no entorno do ex-presidente é se a estratégia será suficiente para garantir sua influência no pleito de 2026.
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