Com investimento de R$ 80 milhões do Fundo Clima, investidores apostam na recuperação de áreas degradadas, impulsionando reflorestamento na Amazônia e Mata Atlântica
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta segunda-feira (19) a liberação de R$ 80 milhões do Fundo Clima para projetos de reflorestamento na Amazônia e na Mata Atlântica. Os recursos, provenientes de um dos principais instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima, serão aplicados em ações de restauração ecológica conduzidas pela empresa re.green em parceria com a Microsoft.
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A iniciativa abrange cerca de 15 mil hectares em áreas consideradas prioritárias para a conservação da biodiversidade, a mitigação das mudanças climáticas e o desenvolvimento socioeconômico local. O projeto integra a nova estratégia do BNDES para o Fundo Clima, que visa ampliar o alcance de iniciativas com benefícios ambientais mensuráveis, viabilidade econômica e alto impacto territorial.
“Potente ferramenta para recuperação de áreas degradadas”
Em nota, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou a importância do Fundo Clima como instrumento de combate às mudanças climáticas. “A liberação desses recursos mostra que temos uma ferramenta poderosa para viabilizar investimentos na recuperação de áreas degradadas, confirmando a força deste mecanismo disponibilizado pelo presidente Lula e pelo Governo Federal”, afirmou.
A operação é a primeira no país a utilizar rotulagem de biodiversidade diretamente aplicada a um projeto de restauração florestal, com avaliação “Verde Escuro” pela S&P Global Ratings – a mais alta classificação em critérios de sustentabilidade. O marco financeiro da re.green também está alinhado a princípios internacionais de títulos sustentáveis, reforçando seu caráter pioneiro.
A estrutura do financiamento combina recursos públicos do Fundo Clima com garantias privadas do Bradesco, representando um modelo inédito para impulsionar soluções baseadas na natureza. “É mais do que financiamento; é um modelo replicável para transformar a natureza em infraestrutura essencial”, afirmou Thiago Picolo, CEO da re.green.
Os recursos serão usados para atividades como preparo do solo, plantio de espécies nativas (incluindo ameaçadas de extinção) e monitoramento com tecnologia de drones e LiDAR. Atualmente, a re.green já atua na restauração de mais de 26 mil hectares, com 4,5 milhões de mudas plantadas e geração de mais de 200 empregos diretos.
Parte dos investimentos está vinculada ao “Arco da Restauração”, projeto federal que visa recuperar 6 milhões de hectares no chamado “Arco do Desmatamento” até 2030, com potencial para capturar 1,65 bilhão de toneladas de CO₂. Desde 2023, o BNDES já destinou mais de R$ 1 bilhão a iniciativas de reflorestamento, incluindo programas como Floresta Viva e Restaura Amazônia.
O Fundo Clima, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, tem como foco financiar projetos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Com a reformulação em 2023, passou a direcionar integralmente recursos de royalties de petróleo para ações de floresta nativa e recursos hídricos, com taxas reduzidas.
Sobre a re.green
Fundada em 2021, a re.green atua na restauração de florestas tropicais em escala, combinando ciência, tecnologia e capital. Seus projetos geram créditos de carbono de alta integridade e já atraíram investidores como Lanx Capital e Microsoft.