No último dia 15 de maio, quando se completaram 77 anos da Nakba — a catástrofe palestina marcada pela expulsão forçada de mais de 750 mil palestinos durante a criação do Estado de “Israel” em 1948 — diversas manifestações foram realizadas ao redor do mundo. Em Harare, capital do Zimbábue, ativistas se reuniram em frente à Embaixada da Palestina para denunciar o genocídio em curso na Faixa de Gaza e declarar apoio incondicional à resistência do povo palestino.
O ato foi marcado por palavras de ordem contra o sionismo e por declarações de apoio explícito ao Hamas, o Movimento de Resistência Islâmica. Presidente da Associação de Solidariedade dos Amigos da Palestina no Zimbábue, Robson Musarafu afirmou que o Hamas “agora é um movimento revolucionário global de nações e povos que se opõem à ocupação da Palestina por Israel”. Para Musarafu, a ação do Hamas se tornou um exemplo internacional de luta contra a opressão, unindo povos oprimidos de diferentes partes do mundo.
“Todos os que apoiam a Palestina agora fazem parte do Hamas, devido aos seus princípios”, declarou, reforçando a ideia de que a resistência palestina deve ser entendida como parte de uma luta global contra o imperialismo e seus agentes.
Já o diretor da organização Shoulder to Shoulder with Palestine (SSP) Henry Ngara destacou a urgência de romper o silêncio internacional diante dos crimes cometidos contra o povo palestino. “Afirmamos que nenhum povo deve viver sob o regime do apartheid, nenhuma criança deve crescer sob drones e demolições, e nenhum direito básico deve depender da lógica da ocupação. Estamos lado a lado com a Palestina até que o retorno seja concretizado e a liberdade se torne mais do que apenas um slogan”, declarou.’
Já o presidente do Conselho de Solidariedade Palestina-Zimbábue, Mafa Kwanisia Mafa, foi enfático ao afirmar que manter relações com o Estado de “Israel” representa uma traição à história revolucionária africana. “Os países africanos que normalizam relações com o estado artificial de Israel estão traindo a memória das lutas anti-coloniais do continente”, disse. Atualmente, três países africanos mantêm relações diplomáticas plenas com Israel: Malawi, Lesoto e Suazilândia.
O ato em Harare reforça o crescimento da solidariedade internacional com o povo palestino e demonstra que, apesar da brutalidade dos bombardeios e do cerco imposto por “Israel”, a Resistência não está isolada — pelo contrário, está ganhando apoio em todos os cantos do mundo.