O órgão norte-americano The Militant publicou nesta última sexta-feira (16) um artigo – mais um de vários – no qual se ajoelha sem o menor pudor para lamber as botas do regime nazista de “Israel”. Sob o título vergonhoso de Apoie a iniciativa de Israel para evitar novos pogroms do Hamas e Teerã, e assinada por um certo Seth Galinsky, o texto poderia muito bem ter sido escrito por Smotrich, Ben Gvir, ou outro genocida do governo israelense, de tanto ódio que destila contra a Resistência Palestina.

A falsificação começa no título, pois são os sionistas que vêm promovendo pogroms na Palestina, no Líbano, na Síria, e também bombardeado o Irã, que respondeu de maneira dura e provou que pode varrer “Israel” do mapa.

O Estado sionista é um enclave, um braço armado, do imperialismo no Oriente Médio, e pedir apoio é uma traição, pois colocaria a classe trabalhadora a serviço de seu maior inimigo.

Apartado da realidade, Galinsky afirma que o sionismo “está dando os próximos passos para derrotar o Hamas”. No entanto, a crise é profunda e há quem diga que “Israel” está à beira de uma guerra civil, dada a divisão e a crise que se estabeleceu. Mais de um milhão de pessoas já deixou o país, os gastos com o aparato militar compromete parte substancial do PIB, reservistas precisam deixar seus empregos para se engajarem, e os contra-ataques que recebe já fez fechar Eilat, um de seus principais portos.

O turismo caiu pelo menos 80% e o setor empregava por volta de 200 mil pessoas. As rotas comerciais no Mar Vermelho estão seriamente comprometidas e os mísseis iemenitas que têm atingido a região do aeroporto suspende voos e manda milhões de pessoas para dentro de abrigos subterrâneos.

Galinsky reclama que o regime sionista tem “diferenças” com Washington. Trump se elegeu tendo o fim dos gastos com guerras como uma de suas principais plataformas de campanha. O novo mandatário dos EUA, em choque com a indústria armamentista e o grande capital financeiro, quer por fim ao conflito.

Capachismo e mentiras

Apesar de já ter sido amplamente desmentido, The Militant afirma que “no ano e meio desde 7 de outubro de 2023, quando os esquadrões da morte do Hamas realizaram o pior massacre de judeus desde o Holocausto, o grupo apoiado por Teerã continua a usar deliberadamente civis — incluindo mulheres e crianças — como escudos humanos. O grupo tem lançado ataques a partir de hospitais, escolas e abrigos residenciais para promover seu objetivo reacionário inalterado: destruir Israel e eliminar os judeus que vivem lá”.

Os carros queimados, o testemunho de soldados e moradores, comprovam que o Estado sionista atirou em seu próprio povo aplicando o Protocolo Aníbal, que determina que soldados, são civis, possam ser mortos para evitar que caiam nas mãos de inimigos. Foguetes foram atirados de helicópteros apache e tanques a também dispararam contra casas e pessoas.

Chamar o Hamas de esquadrão da morte, para quem conhece a história de massacres que o povo palestino vem sofrendo pelas mãos dos sionistas, é um verdadeiro escárnio. Mais de 80% dos mortos, segundo admitem setores israelenses, é de civis, a maioria mulheres e crianças. Se é verdade a propaganda de que “Israel” é capaz de promover ataques de precisão, a conclusão, óbvia, é que o massacre de civis é completamente deliberado.

É um sinal de grande degradação que um grupo que se diz de esquerda lance mão de mentiras tão baixas, como neste parágrafo: “depois de várias semanas de protestos de milhares de palestinos em Gaza exigindo que o Hamas renuncie, desde 1º de maio, não houve ações relatadas. Os bandidos do Hamas têm batido, torturado e atirado naqueles que acusam de serem “fora da lei” ou “ladrões” e postando vídeos de sua brutalidade como um aviso para todos os que se opõem ao seu governo nazista”.

Quem está agredindo palestinos é justamente a Autoridade Palestina, liderado Mahmoud Abbas, um cão adestrado dos sionistas, que está ajudando a reprimir e assassinar cidadãos da Cisjordânia que lutam contra os invasores colonialistas.

Enviado do governo Trump Steven Witkoff, declarou que “Israel está prolongando a guerra, mesmo que não vejamos onde mais progresso pode ser feito”. Na cabeça comprada de Seth Galinsky, isso seria “a mesma posição que o governo Joseph Biden, que repetidamente exigiu que Israel interrompesse a guerra em Gaza, deixando o Hamas intacto”. Um delírio completo, Biden apoiou com dinheiro, logística, armas e até envio de soldados, o que fez com que ficasse conhecido como Joe “Genocida” Biden, ou “Joenocida”.

Há um ponto de verdade no texto, o que diz que “o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netaniahu, reiterou em 13 de maio a posição de seu governo de que ‘não haverá nenhuma situação em que paremos a guerra’”, visto que o Estado sionista é “indispensável”.

O imperialismo sabe da importância de manter “Israel”, a despeito da enorme crise que tem gerado o apoio a esse genocídio. Por isso enviam dinheiro, armas e fornecem informações para que os israelenses massacrem mulheres e crianças.

Contradição interna

Seja como for, o fato é que os setores sociais que apoiam Trump não querem saber de guerras, querem que o dinheiro seja utilizado para reerguer a economia americana, que despenca em um precipício.

Os custos e a gigantesca cadeira de corrupção estão levando a maior economia do mundo ao colapso. E isso trará, cedo ou tarde, convulsões sociais nos EUA. O grande capital, na verdade, não tem o que fazer e, na verdade, não tem uma pátria.

Jurando fidelidade à bandeira sionita e servindo de garoto de recados de Israel Katz, ministro da defesa sionista, Seth Galinsky diz que “Israel deve ser capaz de se defender por suas próprias forças contra qualquer ameaça e qualquer inimigo”, e que “Isso era verdade para enfrentar muitos desafios no passado, e também será verdade no futuro”.

No entanto, não adianta ficar lambendo botas e na torcida contra o povo palestino. Se existe um futuro, pelo menos no que diz respeito a “Israel”, a marcha dos acontecimentos mostra que está com os dias contados.

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Last Update: 20/05/2025