As Forças Armadas do Iêmen anunciaram nesta segunda-feira (19) a imposição de um bloqueio naval ao porto de Haifa, no norte da Palestina ocupada, ampliando sua ofensiva militar contra o regime sionista em solidariedade à Resistência Palestina. A decisão foi tornada pública por meio de um comunicado oficial emitido em Saná, capital iemenita, e representa uma escalada estratégica nas ações de apoio à Faixa de Gaza diante do genocídio promovido por “Israel”.
O bloqueio tem como alvo um dos principais portos sob controle sionista, situado no litoral do Mediterrâneo. Segundo o general de brigada Iahia Saré, porta-voz das Forças Armadas do Iêmen, o porto de Haifa passa agora a integrar o banco de alvos da operação militar iemenita. “Alertamos todas as empresas marítimas cujos navios estejam atracados ou a caminho de Haifa: devem levar a sério este anúncio e todas as futuras comunicações que emitirmos”, afirmou.
A medida ocorre em resposta à continuidade do massacre contra a população civil de Gaza, submetida há mais de sete meses a bombardeios diários e a um bloqueio total que já provocou fome generalizada, colapso do sistema de saúde e dezenas de milhares de mortos. “As forças armadas não hesitarão, com a ajuda de Alá, em adotar quaisquer medidas adicionais que se fizerem necessárias para apoiar nosso povo palestino oprimido e sua valente resistência”, declarou Saré.
Bloqueios navais e a expansão da ofensiva regional
A iniciativa anunciada nesta segunda-feira representa uma nova etapa da campanha iniciada com o cerco ao porto de Umm al-Rashrash — conhecido pelos sionistas como Eilat —, no sul do território palestino ocupado. Sob pressão dos ataques iemenitas, o porto de Eilat paralisou suas operações e tornou-se um símbolo do êxito militar do Iêmen em sua estratégia de dissuasão.
Além do cerco marítimo, o Iêmen também intensificou seus ataques aéreos e de mísseis contra alvos israelenses. No início de maio, as Forças Armadas anunciaram que passariam a impor um bloqueio aéreo sobre “Israel”, por meio de ataques contra o aeroporto Ben Gurion. A ofensiva já resultou em múltiplos impactos diretos no terminal aéreo, forçando evacuações e obrigando colonos a se refugiar em abrigos antiaéreos.
O governo de Saná também emitiu alertas internacionais às companhias aéreas civis, recomendando que evitem sobrevoar o espaço aéreo controlado pelo regime sionista, uma medida que demonstra o crescimento da influência militar e política do Iêmen na região.
Derrota dos porta-aviões imperialistas
A escalada militar do Iêmen também tem como alvo a presença imperialista na região. Segundo informações divulgadas por fontes ligadas à Resistência, o porta-aviões norte-americano USS Harry S. Truman, junto de seu grupo de ataque, deixou o Mar Vermelho após 80 dias de confrontos diretos com as forças iemenitas.
Durante esse período, os iemenitas lançaram 29 ofensivas contra o Truman, utilizando desde enxames de drones até mísseis balísticos e de cruzeiro. Três aeronaves militares foram abatidas: um avião de controle E2 no final de março e dois caças F-18, um no final de abril e outro em dezembro do ano passado. A retirada do Truman se soma à fuga de outros porta-aviões dos EUA da região, como o USS Abraham Lincoln, USS Ford, USS Roosevelt e USS Eisenhower, todos pressionados pela ofensiva antissionista iemenita.
No momento, apenas o USS Carl Vinson permanece na área, ainda sob ataques das forças armadas de Saná.
Apoio irrestrito à resistência palestina
A posição do Iêmen tem sido categórica: a campanha militar continuará enquanto persistir o genocídio promovido por “Israel” contra Gaza. Em sua declaração oficial, as Forças Armadas do país reafirmaram o apoio à Resistência Palestina como parte de uma posição estratégica de solidariedade ativa dos povos árabes à luta contra a ocupação e a colonização.
Leia a seguir a íntegra da nota oficial das Forças Armadas do Iêmen:
“Em nome de Alá, o Clemente, o Misericordioso
O Altíssimo disse:
‘Ó vós que credes, se ajudardes Alá, Ele vos ajudará e firmará os vossos pés.’
Essa é a verdade de Alá, o Todo-Poderoso.
Em resposta à escalada brutal do inimigo “israelense” contra nossos irmãos e familiares em Gaza — cometendo dezenas de massacres diariamente e impondo centenas de vítimas em um genocídio sem precedentes —,
E em resposta ao cerco contínuo, à fome imposta e à recusa do inimigo em cessar a agressão e levantar o bloqueio,
As Forças Armadas do Iêmen, confiando em Alá e buscando Seu auxílio, decidiram — com Sua graça — executar as diretrizes da liderança e iniciar a imposição de um bloqueio naval ao porto de Haifa.
Notificamos, portanto, todas as empresas com navios atualmente nesse porto ou a caminho dele que, a partir da emissão desta declaração, o porto de Haifa integra nosso banco de alvos, e devem tratar esta e futuras comunicações com máxima seriedade.
Essa decisão sucede, com a graça de Alá, nossa bem-sucedida imposição de bloqueio ao porto de Umm al-Rashrash (“Eilat”), que cessou operações. As Forças Armadas do Iêmen não hesitarão, com a ajuda de Alá, em tomar quaisquer medidas adicionais necessárias em apoio ao povo palestino oprimido e à sua valente resistência.
Todas as ações e decisões das Forças Armadas do Iêmen contra o inimigo “israelense” — sejam operações de apoio ou restrições à navegação aérea e marítima — cessarão assim que a agressão contra Gaza for interrompida e o cerco for levantado.
Alá nos basta, e Ele é o melhor protetor e o melhor auxiliador.
Viva o Iêmen, livre, orgulhoso e independente.
Vitória ao Iêmen e a todos os povos livres da nossa nação.
Saná, 21 de Dhu al-Qa‘dah de 1446
Correspondente a 19 de maio de 2025
Emitido pelas Forças Armadas do Iêmen”