Rede estadual perde 67 mil professores efetivos em uma década, enquanto contratos temporários disparam
De acordo com informações do Dieese, entre 2014 e 2024, a rede pública estadual de ensino do país perdeu cerca de 67 mil docentes.
O dado mais alarmante é a redução expressiva de docentes concursados nos estados, num total de 167 mil. Na direção oposta, os contratos
temporários cresceram de forma acelerada: já são 90 mil professores e professoras atuando nessa modalidade, um salto de 38%. Nas outras
modalidades com menor número de profissionais, houve aumento de nove mil docentes celetistas e 402 com contrato terceirizado.
Os dados revelam uma tendência de substituição gradual dos profissionais efetivos por docentes com vínculos mais precarizados, sinalizando, com isso, uma mudança estrutural no modelo de gestão da educação pública, com efeitos negativos sobre a qualidade do ensino e a valorização da carreira docente.
Este fenômeno foi acentuado com a conquista de muitos governos estaduais por políticos e legendas de direita e extrema direita, como é o caso de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, entre outros. A depreciação dos docentes sacrifica a qualidade da educação do povo brasileiro e compromete o futuro da nação.
Em abril cerca de 67,7% dos reajustes registram ganho reais
Conforme ainda o Dieese, a análise dos resultados das negociações coletivas de abril, registradas no Mediador até 08/05/2025, indica significativa queda no percentual daquelas que conquistaram reajustes acima da inflação. Pouco mais de 2/3 (67,7%) das categorias conquistaram ganhos acima da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do IBGE, o menor patamar nos 12 meses terminados em abril.
Chama a atenção, também, o aumento expressivo no percentual de categorias que não conseguiram sequer a recomposição das perdas inflacionárias, ou seja amargaram o arrocho salarial: 20%. Em que pese a piora destes indicadores, a variação real média de abril não sofreu grandes impactos, ficando em 0,89% acima da variação do INPC.
No acumulado de 2025, aumentos reais são observados em 82,4% dos casos, reajustes iguais à inflação, em 11,2%, e abaixo da inflação, em 6,4%. A variação real média no período é de 1,22% acima da inflação.