O partido A Liberdade Avança (LLA), do presidente argentino Javier Milei, venceu as eleições legislativas na cidade de Buenos Aires, neste domingo 18. A cidade é um reduto tradicional do movimento de centro-direita PRO, que ficou apenas em terceiro lugar atrás também do peronismo (centro-esquerda).
Com 98,47% das urnas apuradas, os números confirmam a vitória de Manuel Adorni, que até aqui ocupava o cargo de porta-voz de Milei. O político venceu a disputa com 30,13% dos votos. O peronista Leandro Santoro ficou em segundo lugar, com 27,35% dos votos, e Silvia Lospennato, do PRO, conseguiu apenas 15,93%. Os resultados foram divulgados pelo Instituto de Gestão Eleitoral de Buenos Aires.
“Hoje o bastião amarelo foi pintado de violeta”, disse Milei ao comemorar a vitória, em referência às cores que identificam seu partido e o PRO, sigla que tem o ex-presidente Maurício Macri como principal liderança. “E a partir de agora vamos pintar de violeta todo o país!”
“Hoje escolhemos entre dois modelos”, disse Adorni, aludindo ao peronismo. “Entre o modelo da casta, dos privilégios, o de poucos; e o modelo da liberdade”, afirmou repetindo discursos feitos pelo presidente do país.
Peronismo lamenta derrota, mas faz balanço positivo
Após a divulgação dos dados, Santoro, que era favorito em muitas das pesquisas, pediu para “colocar em contexto o resultado da eleição” e destacou que “o PRO, como projeto político, deixou de representar a maioria dos portenhos”.
Para o cientista político Carlos Fara, “foi quebrada a hegemonia do PRO depois de 20 anos, e talvez seja o começo de um fim, ao menos como protagonista em nível nacional”.
“Ainda que o governo de Milei venha sofrendo certo desgaste nos últimos cinco meses, a verdade é que tende a ser a primeira minoria na eleição de meio de mandato”, afirmou o analista em sua coluna no jornal Diário Popular.
Centro-direita afirma que derrota do PRO ‘não faz bem ao país’
Lospennato, por sua vez, disse que os resultados deste domingo em Buenos Aires não foram os esperados e considerou que “não faz bem ao país que a discussão política se transforme em uma discussão sem regras da democracia”.
(Com informações de AFP)