No último dia 16, os bolivianos realizaram uma grande marcha em defesa da candidatura do ex-presidente Evo Morales para as eleições presidenciais que irão ocorrer em agosto deste ano. Os manifestantes começaram a se reunir as 5h da manhã na cidade de El Alto, na região metropolitana de La Paz e partiram em marcha em direção a sede do Tribunal Supremo Eleitoral que fica na capital boliviana. Ao todo, segundo a organização, três milhões de pessoas participaram do ato.
A chegada dos manifestantes a capital foi marcada pela grande repressão policial contra o movimento, usando spray de pimenta, bomba de gás lacrimogêneo e balas de borracha o que resultou em cinco prisões e diversos feridos entre manifestantes e membros da imprensa.
A forte repressão a manifestação, típica de regimes arbitrários e anti democrático, se dá num momento de grande tensão política em que nas vésperas de novas eleições presidenciais, Evo Morales, o candidato mais popular, está inelegível pelos tribunais para concorrer novamente. Além disso, há uma ordem de prisão aberta contra Morales, que não é visto em público há mais de sete meses. Havia uma grande expectativa para que ele estivesse nessa marcha realizada. No entanto, segundo Fernando Loza, senador e apoiador do ex-presidente, a ausência dele teria ocorrido por uma questão de preservação de sua integridade física.
Há uma grande pressão pela prisão do ex-presidente, e o governo, através do ministro do Governo Eduardo del Castillo, declarou que, se ele fosse visto na marcha, deveria ser preso imediatamente.
Evo Morales acusa o atual presidente da Bolívia e seu ex-aliado Luis Arce de levar adiante essa “guerra judicial, política e eleitoral”, para impedir a sua candidatura por razões pessoais. A situação avançou a tal ponto em que Luis Arce e seu grupo conseguiram tomar a direção do partido Movimento Ao Socialismo (MAS), fazendo com que Evo saísse do MAS e ficasse atualmente sem partido. Diante da impopularidade de seu governo, o atual presidente disse que não irá concorrer a um novo mandato, enquanto Morales disse que irá insistir no registro da candidatura, mesmo diante das adversidades.
Em sua conta no X, Morales se manifestou dizendo que “só será possível a unidade com companheiros honestos, leais ao povo e firmes em suas convicções revolucionárias, que dão a vida pela pátria e não pelo dinheiro”.