
Dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de Haia neste domingo em protesto contra o massacre de Israel em Gaza e cobraram do governo holandês uma postura mais firme em relação ao conflito.
Segundo a organização Oxfam Novib, cerca de 100 mil manifestantes participaram do ato, a maioria vestida de vermelho em sinal de apoio à criação de uma “linha vermelha” contra o cerco imposto por Israel, que bloqueia o fornecimento de remédios, alimentos e combustível à região.
Hoje, em Haia na Holanda, mais de 100 mil pessoas vestindo vermelho marcham por Gaza.
Palestinos estão há meses sem receber comida, água, remédios. Trancados na maior prisão a céu aberto da nossa história sob fortes bombardeios de Israel! Não devemos seguir silenciados diante… pic.twitter.com/2LAp97irzx
— Monica das Pretas (@MonicaSeixas) May 18, 2025
A marcha passou pela sede da Corte Internacional de Justiça, que analisa uma ação movida pela África do Sul acusando Israel de genocídio. No ano passado, o tribunal chegou a ordenar que Israel interrompesse a ofensiva militar na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Israel nega as acusações de genocídio e sustenta que age em legítima defesa contra militantes do Hamas, que atacaram o país em 7 de outubro.
Já a Oxfam Novib criticou o governo holandês por ignorar, segundo a entidade, crimes de guerra cometidos por Israel e incentivou os manifestantes a exigirem uma posição mais firme do país.
No início do mês, o ministro das Relações Exteriores, Caspar Veldkamp, defendeu que a União Europeia reavalie os acordos de cooperação firmados com Israel. Mesmo assim, o governo holandês evitou críticas mais duras até o momento.
Geert Wilders, líder do Partido pela Liberdade (PVV) e principal força da coalizão governista, tem reiterado apoio incondicional a Israel. Em uma publicação nas redes sociais, Wilders classificou os manifestantes deste domingo como “confusos” e os acusou de apoiar o Hamas.