Resíduos têxteis colocam a sustentabilidade na agenda do setor

O Brasil produz cerca de 170 mil toneladas de resíduos têxteis por ano.

Desse total, apenas 20% são reciclados ou reaproveitados, segundo o Sebrae e o relatório Fios da Moda 2023.

O restante tem como destino o descarte inadequado.

Nesse contexto, aplicar os princípios da economia circular tornou-se uma estratégia necessária para empresas que buscam reduzir impactos e inovar na forma de consumir moda.

Consumo consciente avança com novas gerações

O comportamento do consumidor também vem mudando.

Segundo o Relatório de Revenda 2025 da ThredUp, 51% da Geração Z já compraram roupas de segunda mão.

Além disso, 46% desse público afirmam que pretendem seguir comprando por esse canal.

Esse movimento reforça o espaço para modelos sustentáveis no mercado.

Para Vítor Vasconcellos, CEO da Social Express, a economia circular representa ganhos para empresas, consumidores e o meio ambiente.

“Ao mesmo tempo que reduz custos de produção, amplia o acesso e diminui resíduos”, afirma.

Aluguel de roupas ganha espaço e fideliza clientes

O aluguel de roupas é um dos modelos que mais crescem dentro da lógica circular.

Na Social Express, rede voltada ao aluguel de trajes sociais masculinos, foram 3.800 novos clientes fidelizados em 2024.

A empresa estima um crescimento de 30% no faturamento este ano em relação a 2023.

Segundo Vasconcellos, o aluguel prolonga o ciclo de vida das peças e evita o descarte precoce.

Além disso, reduz a pressão sobre os recursos naturais usados na fabricação.

Brechós se consolidam como tendência nacional

O setor de brechós também acompanha essa transformação.

De acordo com dados do Sebrae, o Brasil já possui mais de 118 mil brechós ativos.

Nos últimos cinco anos, o número de estabelecimentos cresceu 30,97%.

Para o CEO da Social Express, o formato ganhou sofisticação e diversidade.

Hoje, atende a perfis variados de consumidores e amplia a aceitação do consumo consciente.

Upcycling transforma descarte em produto com valor

Outro modelo que vem se destacando é o upcycling.

A prática consiste em reaproveitar materiais descartados para criar novas peças, com criatividade e sem degradar as fibras originais.

Segundo Vasconcellos, essa abordagem reforça a exclusividade e vem sendo promovida por marcas autorais, influenciadores e eventos de moda sustentável.

A proposta do upcycling é transformar resíduos em produtos com novo significado, dentro de uma cadeia mais eficiente e de menor impacto.

Negócio escalável e alinhado às novas exigências do mercado

A Social Express aposta na expansão com franquias baseadas nesses pilares.

O investimento inicial para uma unidade é de R$ 250 mil.

A previsão de faturamento mensal é de R$ 70 mil, com retorno estimado em até 24 meses.

Segundo Vasconcellos, modelos baseados na economia circular agregam diferenciais competitivos.

Eles respondem às tendências de consumo, reduzem desperdícios e oferecem impacto ambiental positivo.

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Last Update: 18/05/2025