Mayara Massa tem osteogênese imperfeita, conhecida como a doença dos ossos de vidro. Foto: Reprodução/Instagram

Na noite de quarta-feira (14), a psicóloga Mayara Massa, que é cadeirante e tem osteogênese imperfeita, denunciou ter sido tratada com desrespeito durante o show da banda System of a Down. Segundo ela, a estrutura oferecida para pessoas com deficiência (PcDs) no autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo foi inadequada e gerou riscos à sua segurança e à de outros presentes.

Mayara relatou o ocorrido por meio de um vídeo publicado nas redes sociais. Ela afirma que chegou ao local com antecedência, mas o transporte que a levaria até a área reservada para PcDs só chegou por volta das 21h15 — após o início do show, marcado para as 21h. Quando finalmente chegou à área destinada às pessoas com deficiência, por volta das 21h30, a banda já estava na quinta música.

A psicóloga relatou que o espaço estava superlotado, tomado por fãs sem deficiência. Ela e outros cadeirantes não conseguiam ver o palco, pois todos estavam em pé. “Fui empurrada diversas vezes. Algumas pessoas quase caíram em cima de mim. Tenho ossos frágeis e não posso sofrer impactos”, declarou.

Assustada com a situação, Mayara pediu ajuda a um bombeiro para ser retirada do local. Ela afirmou que o próprio agente demonstrou estar surpreso com a desorganização. Foi levada para uma área mais segura, mas isso ocorreu apenas na metade final do espetáculo, que terminou por volta das 23h30.

O retorno para casa também foi caótico. Segundo a espectadora, o veículo responsável pelo transporte das pessoas com deficiência só apareceu às 1h30 da madrugada, duas horas após o fim do show. “Nunca me senti tão desrespeitada enquanto pessoa com deficiência”, disse.

Em seu vídeo, a jovem mostra imagens do trajeto feito no carrinho adaptado, que passava pelo meio da multidão enquanto bombeiros tentavam abrir espaço no escuro. Também é possível ver a área PcD lotada, sem visibilidade para o palco.

Ao UOL, a psicóloga relatou que conversou com uma representante da empresa 30e, promotora do evento. A funcionária teria dito que o local era de difícil organização e que a área para PcDs foi ocupada por pessoas que se declararam autistas, sem apresentar laudos que comprovassem a condição.

A empresa 30e foi contatada, mas não se manifestou até o momento. Já a Eventim, responsável pela venda e validação dos ingressos, informou que não tem responsabilidade sobre a produção do evento e que todas as decisões são da promotora.

Veja o vídeo onde Mayara relata sobre o show:

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Last Update: 17/05/2025