Na última quinta-feira (15), a Polícia Militar do Piauí realizou uma operação violenta contra a ocupação Marielle Franco, no bairro Samapi, em Teresina, resultando em uma criança baleada no rosto com bala de borracha. Policiais com viaturas e cavalaria cercaram a área pela manhã, demoliram casas com escavadeiras e dispararam bombas de gás lacrimogêneo e tiros, sem permitir que os moradores retirassem seus pertences.
Com 135 famílias, a ocupação enfrenta disputa com a Cooperativa Mista de Avicultores do Piauí (Coave), que reivindica o terreno pertencente à prefeitura. A moradora Maria dos Milagres relatou ameaças do chefe dos capangas da Coave: “ele disse que o motorista de Marielle Franco foi assassinado com ela, e por que nós não seríamos?”.
Ela denunciou agressões a idosos, grávidas e crianças. A ordem judicial de despejo cita um endereço errado, no bairro Sacopo, indicando irregularidades. Iniciada em 2024 com apoio do Movimento dos Atingidos por Barragens, a ocupação é parte de um movimento que reúne cerca de 200 ocupações em Teresina, abrigando entre 80 mil e 100 mil pessoas, segundo estimativas locais.
A luta por terra na região remonta à década de 1970. A violência policial demonstra a urgência de extinguir a polícia e garantir à população o direito à autodefesa armada, protegendo suas vidas e territórios contra abusos.