Um artigo publicado pelo jornal Al Mayadeen trouxe a discussão sobre as diferentes formas de linguagens por parte da imprensa imperialista para retratar os reféns palestinos e os israelenses. Os palestinos que estão presos pela força de ocupação são considerados como se fossem “prisioneiros”, mesmo sendo uma criança, uma mulher ou qualquer um que não esteja ligado à Resistência. O termo para caracterizá-los faz com que pareça que são presos por cometerem algum crime ou terem sido capturados durante uma guerra regular. Enquanto os israelenses que estão sob custódia do Movimento da Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe) são chamados de reféns, um termo usado para designar um civil que esteja mantido à força.

A diferenciação foi exemplificada no último dia 12, na libertação de Edan Alexander, americano-israelense e membro do exército da ocupação, em que os principais órgãos de imprensa nos EUA noticiaram a libertação do “o último refém americano vivo”, sem citar em nenhum momento o seu papel na organização militar, sendo apresentado junto a outros civis. A distinção ficou evidente com a morte de Amer Rabee, um palestino-americano de apenas 14 anos que foi morto por um soldado israelense na Cisjordânia, em abril deste ano.

Na mesma semana, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netaniahu, esteve no Salão Oval com o presidente norte-americano Donald Trump e não houve nenhuma pergunta sobre o assassinato. Dessa forma, ficou claro que mesmo se tratando de dois cidadãos norte-americanos, houve uma comoção muito maior por um soldado que estava servindo ao sionismo do que por uma criança assassinada por “Israel”

Logicamente, que a diferença na forma do tratamento não se restringe às palavras na imprensa, sendo antes uma forma de fazer propaganda pró-“Israel”, destinada a facilitar o consentimento do público norte-americano com o genocídio. Além dos casos dos cidadãos norte-americanos e a diferenciação no tratamento dado pela imprensa, é válido citar que, ao mesmo tempo que destaca que os israelenses presos como “reféns”, há a omissão dos palestinos que estão presos arbitrariamente sob condições desumanas e com a intensificação dessas práticas aumentando depois do dia 7 de outubro. Entre os reféns palestinos, do quais 112 são crianças.

A reportagem de Al Mayadeen também trouxe a citação do poeta e escritor palestino Mosad Abu Toha, que em publicações nas redes sociais, apontou essa discriminação, especialmente nos casos dos israelenses Emily Damari e do soldado Agam Berger. Após críticas dos sionistas, Abu Toha respondeu “por que nossos sofrimentos não são reconhecidos, por que somos chamados de terroristas, por que somos chamados de prisioneiros de guerra, enquanto os israelenses sequestrados de Israel são chamados de reféns?”

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 17/05/2025