O Alibaba Group Holding reportou crescimento nas principais unidades de negócios no quarto trimestre fiscal encerrado em março de 2025, impulsionado por investimentos contínuos em infraestrutura de computação em nuvem e inteligência artificial (IA).

A companhia informou alta de 18% na receita de sua unidade de nuvem, que totalizou 30,1 bilhões de yuans, com destaque para o desempenho de produtos vinculados à IA, cuja receita cresceu em ritmo de três dígitos pelo sétimo trimestre consecutivo.

A receita total da empresa foi de 236,5 bilhões de yuans (US$ 32,6 bilhões), alta de 7% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Apesar do crescimento, o resultado ficou ligeiramente abaixo da estimativa de 237,9 bilhões de yuans projetada por analistas consultados pela Bloomberg.

O lucro líquido atribuível aos acionistas ordinários atingiu 12,4 bilhões de yuans, crescimento de 279% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. O número, no entanto, também ficou aquém da projeção do mercado, que estimava 22,6 bilhões de yuans. Segundo o relatório financeiro, ganhos com investimentos e operações foram parcialmente reduzidos por perdas na alienação de subsidiárias.

O lucro ajustado antes de juros, impostos e amortização (EBITDA) aumentou 36%, totalizando 32,6 bilhões de yuans no trimestre, valor alinhado à expectativa do mercado.

Durante teleconferência com analistas, o CEO do Alibaba, Eddie Wu Yongming, declarou: “Continuamos a ver uma demanda crescente por nuvem e IA, uma oportunidade que definirá os próximos 10 a 20 anos e não será prejudicada por flutuações de curto prazo na cadeia de suprimentos.” Wu também afirmou que a empresa manterá sua estratégia de investimento em larga escala nos setores de IA e computação em nuvem.

Em abril, o Alibaba apresentou a terceira geração de seus modelos de IA de código aberto, Qwen3. A empresa informou que os modelos Qwen3-235B e Qwen3-4B apresentaram desempenho comparável ou superior ao de tecnologias desenvolvidas por concorrentes como OpenAI, Google e DeepSeek, com base em testes de benchmark.

No consolidado do ano fiscal encerrado em março, o Alibaba registrou receita de 996,3 bilhões de yuans, alta de 6%, e lucro líquido de 129,5 bilhões de yuans, um aumento de 62%.

A unidade Taobao e Tmall Group, responsável pelo comércio eletrônico da companhia, teve crescimento de 9% na receita no trimestre, atingindo 101,4 bilhões de yuans, a maior taxa de expansão nos últimos sete trimestres. A receita com gestão de clientes aumentou 12%, indicador monitorado pela empresa como métrica de monetização de sua base de usuários.

Na mesma teleconferência, Jiang Fan, CEO da divisão de comércio eletrônico do Alibaba, comentou sobre o desempenho do novo serviço Taobao Instant Commerce. “O produto superou amplamente as expectativas originais”, afirmou, indicando que a empresa pretende aumentar os investimentos no segmento de entregas rápidas, em meio à concorrência com JD.com e Meituan.

O Alibaba International Digital Commerce Group, responsável por operações no exterior, registrou crescimento anual de 22% na receita, somando 33,6 bilhões de yuans no trimestre. A empresa destacou a diversidade geográfica do portfólio, com presença significativa em mercados da Europa e da região do Golfo.

Por outro lado, a Cainiao Smart Logistics Network, braço de logística do Alibaba, teve queda de 12% na receita trimestral. A companhia atribuiu o recuo à integração dos serviços logísticos com as operações de comércio eletrônico.

A empresa também deu continuidade ao processo de reestruturação iniciado dois anos atrás, que dividiu suas operações em seis grandes grupos. Em memorando enviado aos funcionários, Wu anunciou que a companhia vai concentrar esforços em prioridades estratégicas definidas, promovendo iniciativas conjuntas entre diferentes unidades de negócios.

No encerramento de março de 2025, o número total de funcionários do grupo caiu 36% em comparação com dezembro de 2024, chegando a 124.320 pessoas. A redução foi atribuída à venda da operadora de hipermercados Sun Art, parte da estratégia de concentração em áreas prioritárias, como comércio eletrônico e nuvem.

As ações do Alibaba negociadas em Hong Kong encerraram a quinta-feira (15) com queda de 1,15%, cotadas a HK$ 128,9, antes da divulgação dos resultados financeiros.

A publicação do balanço ocorreu em meio à reaproximação do cofundador Jack Ma com o ambiente político e empresarial chinês.

Em fevereiro, Ma participou de um simpósio em Pequim com a presença do presidente Xi Jinping. O gesto foi interpretado por agentes do mercado como indicativo de retomada da confiança institucional no setor privado e na atuação de empresas de tecnologia de grande porte.

O relatório financeiro trimestral também reafirma o compromisso do Alibaba com o plano de investir US$ 52 bilhões em infraestrutura e computação voltadas para inteligência artificial nos próximos três anos. Esse plano, segundo a companhia, é considerado fundamental para o posicionamento da empresa no mercado de tecnologia nos próximos ciclos de desenvolvimento global.

Com informações da SCMP

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Last Update: 15/05/2025