A campanha militar dos Estados Unidos contra o Iêmen para forçar o partido revolucionário Ansar Alá a suspender o apoio à Gaza, iniciada em 15 de março de 2025, custou mais de 1 bilhão de dólares, segundo informações de dois oficiais norte-americanos citados pela NBC News. Apesar do alto investimento, a operação, chamada de Rough Rider, não conseguiu neutralizar a capacidade ofensiva dos revolucionários iemenitas, que recentemente, lançaram um míssil contra o Aeroporto Ben Gurion, em Telavive, no país artificial. Diante do fracasso, o presidente norte-americano Donald Trump anunciou, nesta semana, a suspensão das ações militares em troca de uma pausa nos ataques do Ansar Alá contra navios dos Estados Unidos, acordo que não inclui ataques ao enclave imperialista ou a navios comerciais.
Durante a campanha, o Pentágono disparou cerca de dois mil munições, incluindo mais de 75 mísseis Tomahawk, centenas de bombas de 2 mil libras e pelo menos 20 mísseis de cruzeiro AGM-158, a um custo superior a 775 milhões de dólares. O transporte e suporte para dois sistemas de defesa antimísseis Patriot, que exigiram 73 voos de C-17 para entrega, também elevaram os gastos.
A eficácia dos ataques, no entanto, foi nula: drones norte-americanos enviados para avaliar danos foram abatidos pelo Ansar Alá, e a ausência de tropas terrestres dificultou a coleta de inteligência. Um oficial dos Estados Unidos admitiu: “o governo (Trump) claramente buscava uma saída para essa campanha contra o Ansar Alá”.
Houve divisões internas no governo norte-americano. O general Michael “Erik” Kurilla, comandante das operações, teve ampla autoridade, mas enfrentou divergências sobre a duração e a extensão do envolvimento militar. O vice-presidente JD Vance, em mensagens vazadas, alertou: “Trump não sabia no que estava se metendo”.
Ex-oficial do Pentágono e hoje no Washington Institute, Dana Stroul criticou a estratégia, afirmando: “Washington tem pouca paciência e uma atenção curta, e era improvável que comprometesse os recursos ou a liderança necessários para um resultado significativo”. Stroul também destacou que, mesmo com a suspensão, “nada no núcleo do conflito mudou”. O Ansar Alá confirmou que manterá os ataques ao país artificial, enquanto a guerra civil no Iêmen e os problemas no transporte comercial no Mar Vermelho persistem.