Robert De Niro ganhou a Palma de Ouro honorária entregue por Leonardo DiCaprio na abertura da 78ª edição do Festival de Cannes. Foto: Andreas Rentz/Getty Images

Robert De Niro recebeu a Palma de Ouro Honorária na abertura da 78ª edição do Festival de Cannes, nesta terça-feira (13) e aproveitou o momento para defender a arte como forma de resistência. O ator destacou a arte como uma força inclusiva e verdadeira, que incomoda autocratas e fascistas ao redor do mundo.

De Niro criticou diretamente Donald Trump, chamando-o de “presidente filisteu americano” e denunciando os cortes em apoio à cultura e o plano de tarifas sobre filmes estrangeiros. O ator conclamou o público a se organizar em defesa da democracia, “sem violência, mas com paixão e determinação”.

“No meu país, lutamos arduamente pela democracia que antes considerávamos garantida. Isso afeta todos nós aqui, porque as artes são democráticas. A arte é inclusiva, ela une as pessoas. A arte acolhe a diversidade e é por isso que a arte é uma ameaça. É por isso que somos uma ameaça para autocratas e fascistas”, afirmou De Niro em seu discurso.

O ator criticou diretamente Trump ao falar sobre sua nomeação para liderar o Kennedy Center, uma das principais instituições culturais dos EUA. “O presidente filisteu da América foi nomeado chefe de uma de nossas principais instituições culturais [o Kennedy Center]. Ele cortou o financiamento e o apoio às artes, humanidades e educação.”

O astro destacou ainda a decisão do presidente de impor uma tarifa de 100% sobre filmes estrangeiros. “E agora anunciou uma tarifa de 100% sobre filmes produzidos fora dos EUA. Que isso se aprofunde.”

Para ele, esses ataques são “inaceitáveis”. “Não se pode colocar um preço na criatividade, mas aparentemente se pode colocar uma tarifa sobre ela. Claro, isso é inaceitável. Todos esses ataques são inaceitáveis. E este não é um problema apenas americano, é global.”

O ator pediu ação imediata e sem violência. “Como um filme, não podemos simplesmente ficar sentados assistindo. Temos que agir, e temos que agir agora.” De Niro concluiu reforçando que é hora de “todos que se importam com a liberdade se organizarem, protestarem e, quando houver eleições, votarem. Votem.”

Durante o festival, Juliette Binoche, presidente do júri, também comentou sobre as ameaças de Trump, associando-as a uma tentativa de salvar sua reputação.

De Niro já havia expressado críticas públicas a Trump em 2023, quando afirmou ter sido censurado durante seu discurso no Gotham Awards, em que pretendia falar contra o então presidente.

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Last Update: 14/05/2025