
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que uma possível condenação no Supremo Tribunal Federal (STF) pela trama golpista será “game over”. Ele, que passou os últimos anos fazendo diversos ataques aos ministros da Corte, diz que nunca quis gerar desgaste ao Judiciário e que se arrepende de chamar Alexandre de Moraes de “canalha” em 2021.
“Não tem para onde recorrer mais ali. Se eu for condenado, pronto, acabou, é ‘game over’. Vamos ver como vai ser, se vai ter reação da população. Estou com 70 anos. Pode até achar que estou com uma cara de bom, mas a carcaça tem 70 anos. Não aguento disputar uma eleição daqui a oito, dez anos. Não dá mais”, afirmou em entrevista ao UOL.
Com medo de ser condenado, ele agora diminuiu o tom contra a Corte. “Não fico feliz em desgastar o Supremo. Se fazem pesquisa sobre a popularidade do Supremo, está abaixo do Legislativo, quem diria. Não entendo por que essa perseguição brutal em cima de mim”, prossegue.
O ex-presidente se tornou réu, junto de sete aliados, em março, após a Primeira Turma do STF aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a trama golpista. Eles respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Em outro momento da entrevista, Bolsonaro diz que se arrepende de algumas nomeações do governo, que deixaria militares restritos ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e que tentaria melhorar as relações do Palácio do Planalto com a Corte.
“Hoje a gente voltaria muito melhor. Até a relação com o STF, tem que ter relacionamento, ponto final. Por mais que tenhamos arestas com alguns”, acrescenta. Questionado se há algum arrependimento por ter chamado Moraes de “canalha”, Bolsonaro diz que foi um “desabafo”, mas “não falaria de novo aquilo”.
O ex-presidente ainda diz que, apesar de estar inelegível até 2030 por ordem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tentará ser candidato “até o último segundo” em 2026. “Costumo dizer: eleição sem meu nome na chapa é negação da democracia”, disse Bolsonaro.
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