Israel intensificou sua ofensiva na Faixa de Gaza nas últimas horas, matando pelo menos 70 pessoas entre os dias 13 e 14 de maio, segundo informações divulgadas pelo Ministério da Saúde de Gaza, órgão controlado pelo Hamas.

Entre as vítimas estão 22 crianças. Ainda há corpos sob escombros e nas ruas, aguardando pelas equipes de resgate, segundo informações locais.

Médicos locais relataram que a maioria das mortes ocorreu nesta quarta-feira (14), após uma série de ataques aéreos israelenses que atingiram residências na região de Jabalia, no norte do território. Mulheres e crianças estão entre os mortos.

Os bombardeios ocorreram após declarações do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, garantindo que a campanha militar contra o Hamas será levada até o fim, mesmo com possíveis novas liberações de reféns.

Em mensagem publicada no Telegram, o líder israelense afirmou: “Nos próximos dias, entraremos com todas as nossas forças para completar a ofensiva e subjugar o Hamas. O Hamas pode dizer: ‘Chega! Queremos libertar mais dez’. Ok, tragam-nos. Nós os capturaremos e então entraremos. Mas não haverá como impedir a guerra. Podemos fazer um cessar-fogo por um tempo determinado, mas iremos até o fim”.

Na terça-feira, outro ataque aéreo israelense atingiu o Hospital Europeu em Khan Younis, no sul de Gaza, matando ao menos 16 pessoas e ferindo mais de 70. Explosões voltaram a ser ouvidas no local nesta quarta. O Exército israelense declarou que o alvo era um “centro de comando do Hamas” situado sob o hospital, acusação negada pelo grupo.

A intensificação do conflito acontece logo após a libertação de Edan Alexander, refém americano-israelense que estava sob poder do Hamas desde outubro de 2023. O grupo declarou que a libertação foi um “gesto de boa vontade” em direção ao presidente dos EUA, Donald Trump, e solicitou que Washington continue seus esforços por um cessar-fogo.

Apesar do gesto, Netanyahu não autorizou qualquer trégua ou troca de prisioneiros. A postura do primeiro-ministro foi vista como um obstáculo a tentativas internacionais de negociação. Pouco antes do comunicado oficial, ele publicou um vídeo em sua conta na rede social X, revelando que conversou com Edan por telefone: “Eu disse a ele o que todos nós sentimos: todo o povo israelense está feliz por ele ter voltado para casa”.

Na conversa, Edan relatou seu estado de saúde: “Bem, mas fraco. Devagar. Vou lentamente voltar a ser como era antes. É uma questão de tempo”.

O jovem, que servia em uma unidade de elite perto de Gaza, foi capturado durante o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, e passou um ano e sete meses em cativeiro.

A chamada entre Netanyahu e o ex-refém foi intermediada pelo enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, que agradeceu diretamente ao primeiro-ministro israelense: “Contei a Edan e à sua família tudo o que o senhor fez para tornar isso possível nos últimos dias. Foi uma negociação tensa e foi crucial como o senhor se comportou, como permitiu que as negociações ocorressem, e essa é, em grande parte, a razão pela qual Edan está em casa com a família hoje”.

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Last Update: 14/05/2025