A instabilidade econômica e as constantes atualizações regulatórias no Brasil têm exigido dos gestores financeiros uma atuação mais estratégica.
O foco está na eficiência operacional, na análise de dados e na capacidade de antecipar riscos e garantir liquidez.
Segundo um estudo da McKinsey & Company, empresas que aplicam automação na gestão financeira podem registrar aumento de produtividade de até 30%.
Para Rodrigo Kratzer, CFO da fintech Transfeera, o alinhamento entre as áreas internas da empresa e o setor financeiro é essencial.
“Conhecer a operação e as demais áreas da empresa é a chave para otimizar custos e não prejudicar o core do negócio”, afirma.
“Essa automação libera tempo para que a equipe se concentre em atividades de maior valor agregado, como análise de dados e planejamento estratégico”, completa.
1. Gestão de fluxo de caixa
Em períodos de alta volatilidade, o controle do caixa torna-se uma das principais ferramentas de previsibilidade financeira.
O gestor pode utilizar ferramentas que cruzam dados históricos com projeções realistas e fazer análises frequentes para ajustes.
A antecipação de cenários permite decisões mais seguras sobre investimentos e contenção de gastos.
2. Controle de custos e eficiência operacional
Com o aumento de custos em insumos, mão de obra e tecnologia, é necessário revisar rotinas e processos em conjunto com as áreas operacionais.
“Buscar eficiência não significa comprometer qualidade ou inovação, mas identificar onde é possível operar com mais agilidade e menos desperdício”, pontua Kratzer.
3. Conformidade e compliance
O avanço das regulamentações e a cobrança por transparência colocam o compliance no centro da estratégia.
O gestor precisa acompanhar mudanças legais e garantir que os processos internos estejam alinhados às exigências.
Investir em treinamentos e sistemas de monitoramento contínuo é uma das formas de reduzir riscos regulatórios.
4. Transformação digital
Automatizar tarefas financeiras e integrar sistemas contábeis e operacionais é uma das prioridades.
Além de reduzir falhas, a digitalização permite acesso em tempo real a dados que orientam decisões.
“A adoção de softwares integrados é essencial para melhorar a gestão e aumentar a confiabilidade das informações”, explica o executivo.
5. Gestão de riscos
Inflação, variação cambial e crises financeiras exigem um plano robusto de prevenção.
A criação de cenários e indicadores permite antecipar movimentos do mercado.
Segundo Kratzer, “a análise preditiva pode fornecer insights sobre tendências de mercado e comportamento do consumidor, reduzindo incertezas”.
Uso de dados como ferramenta estratégica
À medida que a digitalização avança, o volume de dados financeiros também aumenta.
A capacidade de interpretar essas informações passa a ser diferencial competitivo.
Kratzer destaca que o papel do líder financeiro inclui identificar padrões e antecipar riscos.
“O uso de dados deixa de ser apenas operacional e passa a orientar o crescimento da empresa de forma estruturada”, conclui.