Agentes da Polícia Federal (PF) foram às ruas nesta quarta-feira 14 na segunda fase da Operação Sem Desconto, a mesma que tornou públicas as informações sobre o esquema de fraudes que pode ter desviado 6 bilhões de reais de aposentados e pensionistas.
Segundo a PF, o objetivo desta nova etapa da ação, com mandados de busca e apreensão, é apurar a atuação de um operador financeiro ligado a uma das entidades investigadas. Ele teria comprado veículos de alto valor com recursos oriundos da fraude.
A PF não divulgou o nome do operador. Segundo o G1, o alvo é Cícero Marcelino de Souza Santos, apontado como assessor do presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil (Conafer), Carlos Roberto Ferreira Lopes. Santos não foi localizado para comentar o caso.
Os investigadores apontaram que a organização atuaria como uma “ponte” para ajudar agricultores a ter acesso aos benefícios previdenciários. Em seu site, a confederação divulga o Programa +Previdência Brasil, que, em tese, contribuía para a educação previdenciária dos seus associados através de cursos e outras iniciativas.
Em nota após a primeira fase da operação, Ferreira Lopes afirmou que “observa o desdobramento do inquérito com serenidade, confiando no sistema judiciário” e informou que a receita do INSS “representa apenas 11% do total da entidade”.
A Operação Sem Desconto, que teve a primeira fase em 23 de abril, causou as demissões do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e de outros membros da cúpula do órgão. A crise aberta no governo com a operação também resultou na queda de Carlos Lupi no Ministério da Previdência, ele foi substituído por Wolney Queiroz.