O presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou que não vai concorrer à reeleição no pleito marcado para o próximo mês de agosto. A decisão acontece pouco depois de ele ser lançado como candidato à presidência pelo partido Movimento ao Socialismo (MAS).
Ao informar na terça-feira 13 que não irá concorrer, Arce ainda mandou um recado ao ex-presidente Evo Morales, seu antigo aliado e hoje adversário político, que pretende buscar um novo mandato – algo que, em tese, ele não poderia, segundo a Constituição do país.
“Lanço um desafio ao ex-Presidente Evo Morales, para não insistir em ser candidato à presidência. Primeiro, porque constitucionalmente não pode; segundo, porque a fragmentação dos votos só vai favorecer a direita”, disse o atual mandatário.
Em março deste ano, Evo anunciou a criação de um novo partido, o Evo Pueblo (Evo Povo), depois de deixar o MAS. Como o processo de registro é demorado, ele diz que irá concorrer por outra legenda, a Frente para a Vitória.
O cenário político boliviano tem Evo como figura de destaque. Nos últimos meses, ele foi alvo de ordem de prisão, acusado de tráfico de pessoas envolvendo uma menor de idade. A Justiça chegou a decretar a prisão preventiva de uma juíza que anulou a ordem de detenção contra o ex-presidente.
Arce defende uma candidatura de consenso das forças de esquerda. Ele afirma que renuncia para evitar ser fator de divisão do voto das camadas populares, e não quer dar chance para um “projeto de direita fascistóide” no país.
“Proponho uma ampla unidade da esquerda, das organizações sociais e do povo em torno de um programa para avançar, somando forças por um candidato que tenha as maiores chances de derrotar os saqueadores da Bolívia”, resumiu, sem apontar um nome.