Alvo de um tumultuado processo de remoção, a Favela do Moinho teve novas cenas de violência na tarde desta terça-feira 13. Moradores protestavam contra a demolição de casas quando a Polícia Militar entrou na comunidade.

Vídeos obtidos por  CartaCapital mostram PMs disparando balas de borracha, lançando bombas de efeito moral e avançando em formação tática com escudos para dispersar moradores, ativistas e autoridades.

As deputadas estaduais Ediane Maria e Paula Nunes, da Bancada Feminista (PSOL‑SP), testemunharam bombas de efeito moral lançadas à queima‑roupa contra manifestantes e integrantes de suas equipes.

Um morador foi atingido na cabeça por bala de borracha. A tensão cresceu depois que moradores impediram funcionários da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) de entrar na área e, pela segunda vez, tentaram bloquear os trilhos da Linha 8‑Diamante, entre as estações Júlio Prestes e Palmeiras‑Barra Funda, com entulho e pneus em chamas.

A Secretaria de Segurança Pública alega que o efetivo da PM foi deslocado para “garantir a segurança” dos servidores que cumprem ordens judiciais de desocupação e demolição e informa ter detido um homem que teria atirado objetos contra a tropa. Última favela do Centro de São Paulo, o Moinho é peça‑chave dos planos do governador Tarcísio de Freitas de instalar a sede do Executivo na região e, no mesmo terreno, erguer um parque no local.

A CDHU pressiona cerca de 800 famílias a aceitar cartas de crédito ou um auxílio‑moradia de 800 reais até 2027, quando ficariam prontos conjuntos habitacionais. Dezenas delas, contudo, ainda resistem: pedem a suspensão imediata das demolições, a negociação “chave por chave” (só sair quando receberem o imóvel prometido), a construção de habitação social no próprio Centro e um plano concreto para as dezenas comércios que sustentam boa parte da comunidade.

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Last Update: 13/05/2025